O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, disse que as exportações do produto no mês de maio atingem volume satisfatório, alcançando nos primeiros dez dias 17 mil toneladas. A Rússia representa 60% do total exportado pelo País. Segundo Camargo, a preocupação com a gripe suína vem diminuindo e a tendência é o Brasil continuar mantendo o ritmo de embarques do produto para o exterior.
De acordo com o executivo, o consumo interno da carne também não sofreu qualquer impacto após o registro de casos da doença no Brasil. Ele, porém, fez uma ressalva: os recursos para as cooperativas agrícolas para capital de giro ainda não chegaram ao seu destino. A expectativa é de que a portaria que deve liberar R$ 2 bilhões para o setor fosse publicada ainda ontem no Diário Oficial.
Camargo Neto vai integrar a comitiva que embarca hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a China. A expectativa do executivo é de abertura do mercado chinês para a carne suína brasileira. No ano passado, a China importou 400 mil toneladas de carne suína principalmente dos Estados Unidos e da Dinamarca. Conforme projeções da Abipecs, o Brasil tem um potencial para abocanhar 10% do mercado chinês de carne suína, ou algo em torno de 40 mil toneladas/ano.
O setor suinocultor brasileiro está trabalhando no prejuízo, segundo Camargo Neto, devido à queda do preço da carne suína em dólar, o que prejudica o exportador e também impacta na balança do agronegócio. "O problema é que a expectativa com o câmbio não é das mais positivas", disse. Camargo lembra que o fluxo financeiro no Brasil tem sido muito maior que o fluxo comercial.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ