A crise econômica mundial fez com que o governo brasileiro criasse uma Linha Especial de Crédito (LEC) para os suinocultores. A LEC começa a vigorar ainda este mês, pode ser utilizada até setembro deste ano e, se for necessário, ampliada até 2010. O reembolso poderá ser feito em até 180 dias.
"Esta é uma linha de financiamento para estocar carne suína. Fixamos o preço por quilograma de suíno vivo em R$ 1,80 e esse é um preço que permite que o agente financeiro fique estimulado. Produtores, cooperativas e agroindústrias podem se beneficiar", disse João Antônio Salomão, Coordenador Geral para Pecuária e Culturas Permanentes do Ministério da Agricultura, lembrando que a criação da linha de crédito não tem a ver com a gripe A (H1N1).
"Em outubro do ano passado, quando a crise econômica estourou, houve queda nas exportações e vimos que era preciso dar garantias aos produtores. Essa linha de crédito vai servir para que não haja perda na produção e para que todos consigam passar por esse momento de crise. Claro que com a chegada da nova gripe, a linha de crédito pode funcionar também no caso de uma retração interna, já que o ciclo da suinocultura leva entre 9 e 10 meses para ser ajustado".
Segundo Fabiano Coser, da ABCS, em 2008, 70 mil toneladas de carne suína deixaram de ser exportadas. "Houve corte de crédito por causa da crise e por isso em outubro o preço caiu 50%. Então, é um avanço que o setor tenha agora uma linha de crédito, mesmo com o preço fixado a R$ 1,80 por quilograma de suíno vivo. Sabemos que esse valor não cobre os custos de produção, que estão hoje entre R$ 1,90 e R$ 2, mas é um primeiro passo bastante importante", afirmou.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ