Pesca: Novata, Nativ passa a vender ao exterior

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Com atividades recém-iniciadas, a Nativ Pescados prepara para o próximo mês o início de suas vendas ao exterior. Embora mantenha contatos com potenciais compradores de outros países, os primeiros embarques deverão ser realizados para a Suíça e os Emirados Árabes, de acordo com o presidente da empresa, Pedro Furlan Uchôa Cavalcanti.

 

A estreia no mercado externo é o início do projeto da empresa de obter metade de sua receita com exportações, meta que deve ser atingida a partir de 2010. "Com outros países as negociações estão em andamento, mas da Suíça e Emirados Árabes já há pedidos feitos", segundo o presidente.

 

Criada em 2006, mas com operações de sua unidade de produção iniciadas no fim de 2008, a Nativ busca ganhar espaço no mercado de peixes com peixes amazônicos - e em Sorriso (MT), terra de plantio de soja por excelência. A oferta de soja, utilizada na produção de ração para os peixes, acabou sendo um dos motivos para a escolha do município. Também serviu como atrativo o fato de Mato Grosso ficar na região da chamada Amazônia Legal, para a qual há programas específicos de incentivo fiscal para a instalação de empresas.

 

A unidade, da qual fazem parte um frigorífico e um centro de reprodução e engorda, sequer foi ainda inaugurada formalmente, ato que deve ocorrer em junho. Ela recebeu investimento de R$ 40 milhões. O projeto original da companhia já previa um desembolso adicional de R$ 70 milhões para ampliação de capacidade.

 

No momento, a ampliação está programada para começar a sair do papel entre dezembro deste ano e o início de 2010. Antes disso, já na virada do primeiro para o segundo semestre, a unidade passará a trabalhar em dois turnos de produção. "No mercado interno, em quatro meses de atuação, já estamos presentes em quase mil pontos-de-venda de dez Estados. É um bom começo", afirma Furlan.

 

O sobrenome do executivo é o que parece. O presidente da Nativ é sobrinho de Luiz Fernando Furlan, presidente da Sadia e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e bisneto de Attilio Fontana, fundador da companhia de alimentos.

 

No momento em que os holofotes estão sobre a cada vez mais próxima fusão entre Sadia e Perdigão, contudo, Pedro Furlan prefere passar ao largo da discussão. Faz questão de dizer que, embora acionistas da Sadia façam também parte do projeto da Nativ, uma empresa não tem ligação com a outra. Acionistas da Doux, uma equivalente francesa da Sadia - em paralelo exclusivo sobre a área de atuação de ambas, reitere-se - estão também na iniciativa de atuação no mercado de peixes com a Nativ. José Augusto Lima de Sá, ex-presidente da Frangosul (hoje, Doux Frangosul), preside o conselho de administração da Nativ.

 

A empresa tem um sistema de produção com a participação de terceiros, que engordam os peixes, embora toda a produção de alevinos fique a cargo da Nativ. Os peixes com os quais a companhia trabalha são tambaqui, surubi, pintado da Amazônia e tilápia. No varejo, os produtos são oferecidos tanto em cortes, como filés e costelas, quanto em processados, como os hambúrgueres.
 


Veículo: Valor Econômico


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