A união entre a Sadia e a Perdigão já começou a dar retorno para a nova empresa. A Sadia tomou uma fatia das vendas da Perdigão depois que um incêndio na fábrica de Rio Verde (GO), em março, deixou a Perdigão sem estoques de alguns produtos e causou uma queda de 14,3% nas vendas para o mercado interno (em relação ao segundo trimestre de 2008).
"Jamais pensei em dizer isso até pouco tempo atrás, mas felizmente a Sadia capturou a maior parte das perdas que tivemos", disse José Antonio Fay, presidente da Perdigão.
Por conta de um acordo assinado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), no entanto, uma empresa não tem acesso aos números ou aos planos de venda da outra.
O novo sistema adotado não tem capacidade para fundir operações do tamanho de Sadia e Perdigão. "Provavelmente, as plataformas serão redesenhadas, e não fundidas", diz Fay.
As empresas tiveram resultados negativos no último trimestre. O lucro operacional da BRF (Brasil Foods), como agora é chamada a Perdigão, caiu mais de 90% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A Sadia também sofreu com a ociosidade de suas novas fábricas, que chega a 40% da capacidade produtiva. A demanda internacional não voltou aos patamares anteriores à crise e a oscilação do câmbio tem dificultado as negociações.
Veículo: Folha de S.Paulo