Ministro defende procedimentos da "Operação Abate"

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O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu ontem, em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, os procedimentos adotados pelos fiscais do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) durante as investigações da "Operação Abate", conduzidas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Rondônia.

 

"Pedi deslocamento de fiscais de outros Estados para evitar 'contaminação'", disse. "Entendo que possa haver desvios, e provavelmente existem dentro de uma organização tão grande [ministério], mas procurei ser diligente dentro do setor e da carreira [dos fiscais]". Segundo ele, um servidor de Pernambuco ficou "52 dias" em Rondônia para ajudar nas investigações de forças federais.

 

A operação conjunta da PF e do MPF apurou indícios de práticas de diversos crimes de empresários e servidores do Ministério da Agricultura para favorecer frigoríficos, laticínios e curtumes fiscalizados pela Superintendência Federal da Agricultura em Rondônia. Vários empresários e servidores do ministérios foram presos na operação.

 

Autor da convocação da audiência, o deputado Ernandes Amorim (PTB-RO) atacou a gestão do diretor do Dipoa, Nelmon Oliveira, como centro de um poder paralelo dentro do Ministério da Agricultura. E acusou o diretor de operar em parceria com um grupo de servidores para prejudicar pequenos frigoríficos em favor de "grande grupos econômicos" de Rondônia.

 

"Os maus fiscais usam suas funções para punir ou beneficiar protegidos. Agem como donos do ministério, são truculentos e estão acima do ministro", afirmou. Em resposta, o ministro Stephanes admitiu ter encontrado e desmontado "muitos cartórios" dentro do ministério. "Alguns levavam anos para aprovar pedidos e colocavam dificuldades para oferecer facilidades", disse o ministro.

 

Amorim tem reagido a acusações de adversários de que controlaria a superintendência federal da Agricultura em Rondônia. "Montaram um farsa e tentaram me atingir com provas forjadas. Houve manipulação de uma tropa de choque do grupo do senhor Nelmon, que tirou o comando do superintendente e abre ou fecham plantas [industriais] por e-mail", acusou. O ministro afirmou que Nelmon Oliveira "não tem o poder" que o deputado lhe atribui. "Não acredito que o diretor Nelmon tenha razões para agir contra uma ou outra entidade. Não recebi nenhuma reclamação de nenhuma organização sobre o que foi levantado aqui".

 

Ex-prefeito de Ariquemes, Ernandes Amorim foi preso por 87 dias em 2004 durante a "Operação Mamoré" da PF. Ele responde a processo na Justiça Federal por supostas fraudes em licitações com uso de empresas de fachada, "laranjas" e preços superfaturados, segundo denúncias do MPF.
 


Veículo: Valor Econômico


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