Alta na renda e diversificação de produtos engordarão caixa de fabricantes em 8%
Aumento da renda da população, menores taxas de desemprego, perspectivas positivas de crescimento do PIB, maior confiança do consumidor e investimentos em alta por ser um ano de Copa do Mundo e eleição. O bom momento pelo qual passa a economia brasileira tem elevado o consumo no país e a expectativa é de as 40 maiores fabricantes desses produtos faturarem até 8% a mais em valor sobre o ano passado, ou seja, R$ 15 bilhões, alcançando a marca de R$ 202 bilhões.
Os números são da Nielsen Brasil e constam no estudo “Os Vetores do Crescimento do Brasil”, que abrangeu um mercado composto por 159 categorias. Nesse movimento de alta no consumo brasileiro, a procura é maior por itens mais sofisticados, práticos e saudáveis.
“Este é um alerta para corporações que atuam em categorias básicas, ou commoditizadas: invistam em ações estratégicas no ponto de venda e também no desenvolvimento de marcas e produtos que despertem sensações como autoindulgência e requinte”, diz Eduardo Ragasol, presidente da Nielsen Brasil.
Regiões em destaque
A retomada da economia no final de 2009 e as boas expectativas para este ano têm como destaque o crescimento no consumo das regiões Nordeste e Leste (Minas Gerais, Espírito Santo, Grande Rio de Janeiro e interior fluminense). Com o aumento na renda, a classe C, um dos motores da economia brasileira, é responsável por 60% do volume consumido no varejo no ano passado.
A alta nas vendas gerada pela população emergente está diretamente ligada às inovações em embalagens no mercado, que têm atraído os consumidores por seu custo-benefício e praticidade. Um exemplo é o litrão de cerveja, que foi lançado pela Skol no início de 2009 e que hoje é utilizado pelas principais cervejarias com excelentes vendas. “A inovação e sofisticação de um produto faz diferença. Mas não basta ter um produto diferenciado sem uma boa execução, seja na distribuição ou em seu preço”, avalia o analista demercado Filipe Aboláfio.
O maior volume de compra no país levou o varejo nacional a obter um crescimento de 2,2% em volume e 3,7% em faturamento, segundo o estudo da Nielsen. Nessa área, as lojas de pequeno e médio porte obtiveram avanço de até 7% enquanto os hipermercados enfrentaram queda de 6,4%. A explicação é a facilidade que os estabelecimentos menores proporcionam aos clientes por estarem mais próximos de suas casas.
“É um momento histórico para a economia brasileira com uma expectativa de crescimento do PIB muito positiva. E por ser ano de Copa e Eleição, os investimentos tendem a ser ainda maiores”, afirma o analista de mercado Arthur Oliveira.
Veículo: Brasil Econômico