A região Nordeste é a única que vem aumentando significativamente sua participação no volume total do crédito distribuído no Brasil. A fatia, que no final de 2004 era de 9,5% do saldo das operações, estava em 11,6% em janeiro. No mesmo intervalo, a participação do Norte passou de 3,21% para 3,58%, enquanto a do Centro-Oeste foi de 9,23% para 9,32%. Sudeste e Sul perderam espaço, mas continuam bem mais representativos, com 57,16% e 18,35%, respectivamente.
Se consideradas apenas as operações de pessoa física, a região Norte leva vantagem, com crescimento acumulado de 594,4%. O Nordeste aparece com 494,3%, enquanto que o Sudeste, terceiro colocado, tem 378,8%. Mais atrás, aparecem o Sul, com 317,5% e o Centro-Oeste, com 298,4%.
Mas o Nordeste é a região do país que mais cresce em empréstimos a empresas. Nos últimos cinco anos, o saldo da carteira regional avançou 253,3%. Na sequência surge o Centro-Oeste, com salto de 219%, seguido por Sul (201,8%), Sudeste (198%) e Norte (170%).
Para o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos, Rubens Sardenberg, o crescimento dos empréstimos para pessoas jurídicas revela com maior exatidão o dinamismo da economia regional. As operações com pessoas físicas pode esconder efeitos dos programas de transferência de renda, muito presentes no Nordeste.
Diante desse cenário, o Santander tem no Nordeste uma das prioridades para a expansão de sua rede de atendimento, segundo o vice-presidente de varejo do Santander, José Paiva Ferreira. A região, diz ele, deve receber pelo menos 40 novas agências em dois anos. Em três, a meta do banco é dobrar o número de postos de atendimento no Norte e Nordeste do Brasil. Atualmente, eles são cerca de 130.
Entre os destaques da região, o executivo do banco menciona as operações com pessoas físicas, especialmente o crédito pessoal, o financiamento de veículos e, mais recentemente, o imobiliário.
O Itaú Unibanco neste ano abrirá mais agências no Nordeste do que no Sudeste, proporcionalmente, muito atraído pela classe B da região. O banco detém hoje uma participação de 12% no total de agências no Nordeste, contra uma fatia de 20% se considerado todo o Brasil. A intenção é reduzir essa diferença ainda neste ano. O Nordeste também foi o destino da única expansão regional do segmento private do banco, que inaugurou o atendimento na Bahia.
Veículo: Valor Econômico