O mercado recebeu com otimismo o anúncio de finalização do impasse que envolveu o pacote de ajuda do governo norte-americano ao sistema financeiro puxando a alta nas bolsas mundiais. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguiu a tendência de valorização das bolsas norte-americanas e encerrou o dia em território positivo. A forte alta no preço do barril de petróleo no mercado internacional contribuiu para reforçar o otimismo da bolsa paulista, que fechou o dia registrando avanço de 3,98%, nos 51.677 pontos.
Em Wall Street, os índices terminaram o dia com avanço superior a 1%. O índice Dow Jones subiu 1,82%, nos 11.022 pontos. O índice S&P 500 teve acréscimo de 1,97%, nos 1.209 pontos e o Nasdaq ganhou 1,43%, nos 2.186 pontos.
"O mercado já esperava que o pacote iria sair, mas ainda estão no ar algumas questões como o preço dos ativos que serão adquiridos pelo governo", avalia o economista-chefe da corretora Coinvalores, Paulo Nepomuceno.
"Outra questão importante é quem vai pagar a conta. Os Estados Unidos estão em plena campanha eleitoral e os democratas defendem que o contribuinte americano não pode ser o único onerado nessa situação", afirma.
Para Nepomuceno, o pacote de resgate ao sistema financeiro vai gerar inflação e contribuir para desvalorizar ainda mais o dólar frente as outras divisas.
"O programa é inflacionário e vai gerar perdas do poder de compra do dólar, mas com certeza os Estados Unidos vão dividir a conta com o resto do mundo", diz.
Entre as conseqüências do pacote para o mercado doméstico, Nepomuceno acredita que o empoçamento de liquidez vai continuar e que o fluxo será afetado. "O fluxo de recursos será menor", afirma.
No mercado de petróleo, o anúncio do pacote norte-americano fez disparar a alta da commodity. O preço do barril de petróleo WTI, negociado no pregão de Nova York, subiu 2,2%, para US$ 180,01. A commodity abriu o dia em queda e conseguiu reverter a tendência no começo da tarde, acelerando a alta perto do fim das negociações.
No mercado de câmbio, o dólar voltou a fechar em queda, após duas sessões de alta. A moeda norte-americana fechou o dia com desvalorização de 2,47%, cotada em R$ 1,814 na venda.
"A divisa está operando com volatilidade, sem parâmetros. Não dá para dizer se o patamar está alto ou baixo", avalia a diretora da corretora de câmbio AGK, Miriam Tavares.
No entanto, Miriam acredita que a moeda não tenha espaço para voltar ao patamar anterior ao auge da crise. "Se os bancos centrais sinalizarem que estão no controle da crise, o dólar pode chegar a R$ 1,70, abaixo disso é improvável", afirmou Miriam, que estima que a moeda termine o ano cotada a R$ 1,75.
No mercado de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), os contratos encerraram a sessão em baixa. O contrato DI de janeiro de 2010, o mais líquido da sessão, registrou taxa anual de 14,71%, ante 14,81% do ajuste anterior.
O DI de janeiro de 2012 fechou com taxa anual de 14,54%, ante 14,78% do ajuste anterior. O DI de outubro avançou para 13,63%, ante 13,62% do último ajuste. Novembro apontou taxa de 13,64%, ante 13,66% do fechamento anterior. Janeiro de 2009 fechou com taxa anual de 14,05%, contra 14,07% do último ajuste.
Veículo: Gazeta Mercantil