Baixa renda puxa alta da confiança em setembro

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A recuperação da confiança do consumidor de baixa renda foi o principal motor da alta do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que avançou 4,2% entre agosto e setembro e 3,4% em relação a setembro do ano passado. No estrato de renda mensal até R$ 2.100, a confiança do consumidor subiu 9% em relação a agosto e 6,4% na comparação com setembro do ano passado. 

 

"A classe de renda mais baixa foi a que mais sofreu com o aumento da inflação, que foi puxada pelos alimentos. Como houve desaceleração da inflação, essa classe teve recuperação mais forte em setembro", afirmou Aloisio Campelo, coordenador do núcleo de pesquisas e análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). 

 

Na faixa de renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800, o ICC avançou 1,4% frente a agosto e 4,5% na comparação com setembro do ano passado. Para os que ganham entre R$ 4.800 e R$ 9.600, o resultado foi de 4,5% e -1,1%, respectivamente. No caso dos consumidores com ganho mensal superior a R$ 9.600, os percentuais foram de 2,2% frente a agosto e de 3,9% na comparação com a confiança auferida em setembro de 2007. 

 

O ICC de setembro foi coletado em 2 mil domicílios em sete capitais brasileiras entre os dias 1º e 19 de setembro. Entre os componentes do ICC, o Índice da Situação Atual subiu 7,9% em relação a agosto e avançou 13,8% na comparação com setembro do ano passado. Já o Índice de Expectativas teve alta de 2,1% entre agosto e setembro, mas caiu 1,9% em relação a setembro do ano passado. 

 

A pesquisa revelou ainda que o consumidor brasileiro recuperou parte da confiança exibida no primeiro semestre, embora ainda demonstre cautela em relação ao futuro. De acordo com o Índice de Confiança do Consumidor o patamar atingido no fim do ano passado ainda não foi recuperado. 

 

"O consumidor está menos pessimista, recuperou a confiança com o rumo da economia e das suas finanças pessoais, mas ainda não chegou perto de ser um gastador", frisou Campelo. Segundo ele, a expectativa de compra de bens duráveis foi o principal responsável por segurar o ICC. Este quesito, um dos três que integram o Índice de Expectativas, apresentou 79,5 pontos, em uma escala de zero a 200, em que notas abaixo de 100 demonstram pessimismo. 

 


Veículo: Valor Econômico


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