O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, registrou desaceleração em setembro, com uma alta de 0,26%, ante avanço de 0,35% em agosto. O principal motivador da queda de 0,09 ponto percentual foram os alimentos, que registraram deflação de 0,25%, ante alta de 0,25% no mês passado.
A maioria dos produtos desse grupo contribuiu para essa deflação, com destaque para o tomate (-38,41%), leite pasteurizado (-4,48%), batata-inglesa (-8,84%), feijão carioca (-4,24%), pão francês (-1,08%), óleo de soja (-4,08%), arroz (-1,67%%), macarrão (-1,50%) e feijão preto (-2,76%). Com o resultado de setembro, o grupo Alimentação e Bebidas acumulou alta de 10,52% no ano no IPCA-15. Entre os produtos do grupo de alimentos que apresentaram alta de preços de agosto para setembro, os destaques foram: refeição fora (de 0,94% para 1,48%), frutas (de 0,65% para 3,7%), cerveja (de 0,79% para 1,3%) e cebola (de 1,49% para 6,11%).
Os produtos não alimentícios, por sua vez, registram alta de 0,41% no IPCA-15 de setembro, acima da variação de 0,38% apurada em agosto. Entre os itens que pressionaram a taxa do mês de setembro, os destaques foram o cigarro (3,67%), telefone fixo (0,85%), empregado doméstico (0,94%) e taxa de água e esgoto (1,05%). Também apresentaram alta o aluguel residencial (0,62%), condomínio (0,66%), produtos de higiene pessoal (0,90%), artigos de limpeza (1,66%), cabeleireiro (1,06%) e gasolina (0,30%)
Análise
O alívio na pressão do preço dos alimentos sobre a inflação, observado nas últimas semanas, é temporário. Para o economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, a tendência de queda não deve se estender para além das primeiras semanas de outubro. Segundo ele, a inflação sobre os alimentos deve voltar a subir principalmente por conta das commodities, com destaque para o milho e o trigo. "Estamos no período de safra, mas a demanda por estes produtos ainda está bastante aquecida. No período de entressafra a tendência será que a disponibilidade dos cereais diminua", avalia.
Segundo análise da consultoria LCA, Com base nos dados divulgados até agora, está mantida em 0,5% a alta que a consultoria projeta para a média mensal do 4º trimestre de 2008. "A aceleração que projetamos para os meses finais deste ano está basicamente associada à reversão da deflação recente dos preços dos alimentos. Com efeito, os preços de muitos produtos agropecuários no atacado já pararam de cair, sendo que alguns estão ensaiando novas elevações [como arroz, feijão e a carne suína]", informa.
Veículo: DCI