Pesquisa aponta ganho em 14 dos 17 setores

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Apenas as áreas de papel e gráfica, coque, refino de petróleo e álcool e fumo pioraram em relação ao 1º trimestre de 2009

 

Os ganhos de eficiência foram generalizados entre a grande maioria dos segmentos da indústria brasileira. De um total de 17 ramos industriais analisados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), só três não conseguiram aumentar sua produtividade no primeiro trimestre de 2010, comparado com igual período do ano passado - papel e gráfica; coque, refino de petróleo e álcool, e fumo.

 

Em compensação, o aumento da produtividade chegou a dois dígitos em 11 setores. Em produtos de metal (exclusive máquinas), o salto foi de 42,1%.

 

Puxada pela indústria automobilística, a produtividade na fabricação de meios de transporte aumentou 20,2% em relação ao primeiro trimestre de 2009.

 

O setor contou com a ajuda do governo federal, que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros para manter o consumo aquecido. O benefício vigorou de dezembro de 2008, auge da crise, até março deste ano.

 

Com a demanda das montadoras em alta, a empresa de autopeças Elring Klinger conseguiu aumentar em mais de 40% a sua produtividade, mesmo tendo de ampliar em 20% o quadro de funcionários este ano. A empresa abriu 40 postos de trabalho e emprega hoje 300 pessoas, número superior ao que tinha em setembro de 2008.

 

"Entramos na crise revendo todas as maneiras de produzir, de forma a sermos ainda mais eficientes", conta o diretor-presidente da Elring Klinger do Brasil, Hans Eckert. Segundo ele, a empresa decidiu investir este ano R$ 17 milhões para ampliar em 20% sua capacidade de produção.

 

Devagar. Em setores mais atingidos pelos efeitos recessivos da crise, o processo foi mais complicado. No Grupo Orsa, fabricante de celulose, papel e embalagens de papelão ondulado - setor que é uma espécie de termômetro do ritmo de atividade -, a produtividade chegou a crescer 20% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

 

"O que esse número reflete é o aumento do volume de encomendas, pois estou com a mesma equipe e equipamentos que estavam ociosos no início do ano passado", diz o presidente do grupo Orsa, Sérgio Amoroso. "O nosso ganho de eficiência foi de 9%, que é quanto aumentou a produtividade em comparação com o primeiro trimestre de 2008."

 

Destaque. No setor de borracha e plástico, o aumento da produtividade medido pelo Iedi foi de 34,5%. "O setor é um dos que apresentam os melhores desempenhos, principalmente em segmentos voltados para a construção civil, embalagens para alimentos e bebidas e indústria automobilística", afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho.

 

"A produtividade aumentou porque hoje as empresas estão com nível de utilização da capacidade instalada próxima de 80% e mais enxutas em relação ao começo do ano passado, quando as vendas caíram e as fábricas ficaram ociosas", explica Roriz Coelho.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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