Fazenda eleva para 6,5% previsão de crescimento do PIB deste ano

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O Ministério da Fazenda elevou ontem a previsão de crescimento da economia em 2010 para 6,5%. A revisão, feita um dia após o aumento da Taxa Selic e dois dias depois da divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, corresponde à segunda atualização feita pela pasta em menos de um mês. A última havia sido de 5,5% em 20 de maio. O percentual inicial previsto no Orçamento era de 5,2%.

 

Ao elevar a estimativa de expansão, o Ministério da Fazenda dá sinal verde para que sejam recalculados os parâmetros que norteiam o Orçamento para o restante do ano. Um dos principais é a arrecadação. A última estimativa anual, de R$ 526,766 bilhões divulgada também em 20 de maio, foi feita sob uma visão conservadora e deverá ser bastante ampliada.


 
A projeção para o investimento também foi alterada. A taxa em proporção ao PIB passa de 18% para 19%. O investimento público foi previsto em 3,3% do PIB.

 

O Ministério da Fazenda informou que o recálculo do PIB e da taxa de investimento incorporam os resultados da economia no primeiro trimestre. Na terça-feira, o IBGE divulgou que a expansão da economia entre janeiro e março foi de 2,7% em comparação ao trimestre anterior e de 9% frente a igual período de 2009. Em termos anualizados, chegou a 11,4%.

 

A despeito desse vigor e de uma estimativa mais robusta para o PIB, a Fazenda analisa que a tendência é de desaceleração. No relatório de perspectiva apresentado ontem, a pasta considera que a partir deste segundo trimestre o fim das desonerações, a redução do compulsório, a elevação dos juros e os efeitos da crise europeia atuarão para esfriar o nível de atividade.

 

O teor do relatório é otimista e destaca os fatores positivos que resultaram na superação da crise e na expansão forte. Para a Fazenda, os benefícios assistenciais foram determinantes para a reação positiva do país. "O maior volume de transferência de renda tem ajudado a ativar a demanda doméstica, gerando maior crescimento e investimento", diz o ministério.

 

A Fazenda avalia ainda que não é correto relacionar o nível de poupança do Brasil com o dos países asiáticos. "É inadequado comparar nossa poupança com as economias asiáticas, como a China, onde a taxa de poupança chega a 43% do PIB, devido à estrutura de custos e de benefícios totalmente diferente da dos países ocidentais".
 

 

Veículo: Valor Econômico


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