Em reunião marcada para o dia 24, o Conselho Monetário Nacional deverá fixar para 2012 uma meta de inflação de 4,5%. Este será, portanto, o oitavo ano consecutivo que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelece como objetivo a ser perseguido pelo Banco Central a mesma meta de inflação. Pelo regime de metas, todos os anos, em junho, o presidente aprova e o Conselho Monetário sanciona a meta de inflação de dois anos à frente.
Quando Lula assumiu o primeiro mandato, em 2003, o país vinha de uma crise cambial no ano anterior, alimentada por especulações eleitorais, que jogou a inflação para 12,53%. A meta para aquele ano era de 4% com 2,5 pontos percentuais de margem de tolerância. Diante do descontrole de 2002, foi escrita a primeira e única carta aberta ao ministro da Fazenda - instrumento previsto no sistema de metas para o BC explicar porque a inflação fugiu dos parâmetros - substituindo aquele percentual por uma meta ajustada de 8,5% para 2003 e de 5,5% com 2,5 pontos percentuais de margem de tolerância para 2004.
Apesar de toda a austeridade monetária e fiscal daquele primeiro ano, a inflação efetiva foi a maior desde o início do regime de metas, em 1999: 9,3%. Em 2004, a inflação também superou o teto e foi de 7,6% . De 2005 em diante, em todos os anos a meta ficou estacionada em 4,5%. O único avanço foi feito na redução da margem de tolerância, que caiu de 2,5 para 2 pontos percentuais. Nesse período, a inflação efetiva ficou por três vezes abaixo do centro da meta: em 3,14% em 2006, 4,46% em 2007 e 4,31% em 2009.
Veículo: Valor Econômico