Indústria de consumo fica com mais verbas do BNDES

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Os desembolsos realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre janeiro e maio deste ano demonstram "robustez da economia brasileira". Foram desembolsados pelo banco de fomento R$ 46 bilhões no período, um avanço de 46% em relação ao mesmo período de 2009. Como grande parte do impulso foi dada pelo Programa de Sustentação do Investimento (BNDES-PSI), a demanda por recursos da instituição foi generalizada por diversos setores da economia.

 

A indústria recebeu R$ 13,3 bilhões de janeiro a maio, com uma concentração de R$ 4,1 bilhões para alimentos e bebidas. Os setores ligados à commodities (química, celulose, metalurgia e indústria extrativa) receberam desembolsos inferiores aos do ano passado e deram lugar, nos projetos liberados, aos segmentos ligados a bens de consumo, como têxtil, vestuário e material de transporte.

 

Nos primeiros cinco meses, as aprovações de projetos realizadas pelo BNDES somaram R$ 58,5 bilhões, com avanço de 43% ante 2009. Apesar do quadro positivo, os enquadramentos de projetos às regras do banco e as consultas por novos financiamentos tiveram recuo em relação ao ano passado, de 23%, a R$ 65,3 bilhões, e de 17%, de R$ 79,9 bilhões, respectivamente.

 

Essa queda é resultado da base de comparação, pois o financiamento concedido à Petrobras (de R$ 25 bilhões) entrou em consulta e foi enquadrado nas operações do banco nos primeiros cinco meses de 2009. Estes recursos tiveram efeito também sobre os desembolsos acumulados em 12 meses, que foram recorde na história do banco chegando a R$ 150,7 bilhões, uma alta de 67% sobre os 12 meses anteriores.

 

O superintendente da área de Planejamento, Cláudio Leal, e o chefe de departamento de Orçamento, Gabriel Visconti, disseram não ter "identificado nenhum sinal de arrefecimento nas consultas". "Os sinais são robustos de manutenção da atividade econômica", disseram.

 

Eles explicaram que, na verdade, os desembolsos do banco estão a uma "velocidade" de R$ 130 bilhões anuais. Esta é a expectativa para o total de 2010, e não há preocupações em relação ao orçamento da instituição. A previsão de desembolsos para este ano fica abaixo do registrado no ano passado, de R$ 137 bilhões. No entanto, se retirado o efeito Petrobras, este ano teria ligeiro avanço ante 2009.


 

Veículo: Valor Econômico


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