Alta no preço desacelera em São Paulo

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Pesquisa do Índice de Preços no Varejo (IPV), feita pela Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), mostra que está mais barato ter uma alimentação saudável. O levantamento apontou que em maio, houve queda nos preços de peixes, frutas, verduras e legumes. Em relação ao mês anterior, o indicador registrou incremento de 0,22%, no ano a elevação acumulada é de 1,69% e, nos últimos 12 meses, de 1,83%.

 

Segundo Júlia Ximenes, assessora econômica da Fecomercio, o resultado do IPV em maio foi positivo, pois apresenta desaceleração da elevação dos preços em relação a abril. "Além disso, os preços médios de seis dos 21 grupos analisados apresentaram queda", destacou.

 

O segmento de supermercados, que tem o maior peso no calculo do indicador, foi um dos que mais desacelerou em maio, apontando alta de 0,45% ante o mês anterior, quando havia saltado 1,11%. Os preços dos pescados, por exemplo, caíram 2,39% em maio em relação a abril, quando haviam subido 3,83%. Enquanto as frutas ficaram, em média, 3,15% mais baratas, os tubérculos ficaram 5,68% mais caros. Já o preço do arroz subiu 1,38% e o do feijão, 11,27%. Em 2010, a variação acumulada no segmento é de 4,05%.

 

Se a chegada dos dias frios prejudicou as safras de tubérculos, o fim da estação chuvosa beneficiou o segmento de Feiras, que apresentou a segunda queda consecutiva e começa a voltar aos patamares normais. O setor fechou o mês com retração de 3,85% em comparação a abril, mas alguns grupos de alimentos anotaram diminuições mais expressivas em seus preços. Caso das verduras e legumes que ficaram respectivamente 11,21% e 9,51% mais baratos. Apesar da queda registrada em maio, feiras ainda acumula alta de 4,91% no ano.

 

Outro segmento importante na composição do IPV, combustíveis e lubrificantes apresentou redução de 1,38% em seus preços médios em relação a abril, a terceira queda consecutiva no ano. Para a analista, este movimento de baixa nos preços pode ser explicado pelo início da safra de cana-de-açúcar. Este mês, os combustíveis ficaram, em média, 1,43% mais baratos, e os lubrificantes 0,2% mais caros. Com este resultado, o setor já acumula queda de 1,95% em 2010.

 

Os produtos eletroeletrônicos, com queda de 1,41%, continuam no movimento de retração que se iniciou em novembro do ano passado, completando sete meses sem elevação em seus preços médios. No ano, o setor acumula variação negativa de 4,04%. "Esses números se devem a um avanço constante da tecnologia, tornando cada vez mais rápida a obsolescência dos equipamentos", explicou a economista.

 

Remédio amargo - As drogarias e perfumarias, por outro lado, continuam empurrando a alta do IPV. O reajuste de preços aliados ao aumento da procura por medicamentos para combater as doenças respiratórias que, nesta época do ano, têm um aumento considerável são o principal fator para a dilatação dos preços médios deste setor. Em maio, a elevação percebida foi de 1,61%, e no ano a alta acumulada é de 2,98%.

 

O tempo frio também influenciou a atividade de vestuário, tecidos e calçados, que apesar de mostrar sinais de desaceleração, fecharam o mês com incremento de 0,46% em relação a abril, quando houve alta de 0,66%.

 

Já os preços de veículos avançaram 0,42%. Sendo que os novos mostraram uma aceleração maior em seus preços médios, com incremento de 1,14% em relação a abril. A analista lembrou que, além do termino do período em que as montadoras e revendedoras estavam repassando o alívio fiscal concedido com a redução do Imposto sobre Produtos industrializados (IPI), os sucessivos reajustes de matérias-primas com o aço foram os motivos para esta variação.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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