Economia dá sinais de desaceleração no 2º trimestre

Leia em 2min 40s

Cálculo do PIB mensal do Itaú Unibanco e indicador Serasa Experian apontam crescimento de apenas 0,1% em abril, em relação a março

 

O ritmo de atividade econômica começou o segundo trimestre deste ano em desaceleração, apontam dois indicadores divulgados ontem e que tentam antecipar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB mensal calculado tanto pelo Itaú Unibanco como pelo Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica tiveram acréscimo de apenas 0,1% em abril na comparação com março, descontado o comportamento normal da atividade nesse período.

 

Em março, o indicador da Serasa havia crescido 1,2% em relação a fevereiro e o do Itaú Unibanco, 0,7%. A alta de apenas 0,1% obtida pelo indicador Itaú Unibanco de abril foi a menor registrada nos últimos doze meses em relação ao mês anterior.

 

Na comparação anual, também houve perda de fôlego. O PIB medido pelo Itaú Unibanco cresceu 9,2% em abril de 2010 em relação ao mesmo mês de 2009, após ter subido 11,1% em março na comparação anual. No indicador da Serasa Experian, a alta anual foi de 8,8% em abril, após ter subido 10,1% em março.

 

IPI. "O desmonte do pacote tributário anticrise, com a volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) integral para veículos e geladeiras, fogões e máquinas de lavar, afetou o desempenho da indústria e do consumo das famílias em abril", observa o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi. Pelo indicador, o PIB da indústria recuou 1,8% em abril na comparação com março e o consumo das famílias 0,1% na mesma base de comparação.

 

Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, também atribui a perda de ritmo da atividade em abril à volta do IPI e ao fato de a Páscoa deste ano ter caído em março, o que antecipou as compras de supermercados. Depois de o PIB ter crescido 2,7% no primeiro trimestre em relação ao último de 2009, segundo o IBGE, Bicalho projeta crescimento entre 0,5% e 1% para o segundo trimestre.

 

Apesar de projetarem desaceleração do PIB neste trimestre, Bicalho e Rabi ponderam que em maio houve reação nos indicadores. "No mês a mês, há um movimento de zigue-zague, mas a tendência é de um ritmo menor no trimestre", observa Rabi.

 

De fato, em maio, os dados de consultas a prazo e à vista fecharam o mês com altas de 12,2% e 17,5% respectivamente, na comparação com abril, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Na primeira quinzena deste mês, o número de consultas para vendas a prazo aumentou 8,8% e, à vista, 12,9%.

 

"Poderemos fechar junho com queda de 2% nas vendas a prazo em relação a maio e estabilidade nos negócios à vista", prevê Emílio Alfieri, economista da ACSP. Ele diz que pode ter havido perda de venda por causa dos dias parados nos jogos do Brasil na Copa e o calor intenso da última semana que afetou a comercialização dos itens de inverno.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Mantega diz ser imprudente crescer acima de 5,5%

Ministro brasileiro da Fazenda recomenda crescimento menor para que o equilíbrio macroeconômico seja mantid...

Veja mais
O Brasil nunca importou tanto

Invasão de importados provoca debate no governo, mas ministérios avaliam que seria arriscado limitar as co...

Veja mais
O consumo faz a diferença

Mesmo sem imposto reduzido nos carros e nas geladeiras e com o crédito mais caro, os brasileiros continuam a ir &...

Veja mais
Preço baixo perde importância na hora da compra

Com renda maior, consumidores hoje têm como prioridade experimentar novos itens e realizar a compra com maior rapi...

Veja mais
POS único traz economia de R$ 1,2 bi

O comércio varejista espera uma guerra de preços entre as operadoras de cartão de crédito a ...

Veja mais
Índice de preços de SP tem primeira deflação em 4 anos

A queda nos preços dos alimentos levou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundaç&atil...

Veja mais
BNDES terá fundo para a Argentina

Fundo, em parceria com bancos argentinos,emprestará US$ 100 milhões para empresas   Brasil e Argent...

Veja mais
Brasil e Argentina discutem comércio e barreiras informais a alimentos

Quatro ministros do Brasil e da Argentina se reúnem hoje, em São Paulo, em meio aos rumores sobre as barre...

Veja mais
Famílias gastam mais do que ganham

Deficit no orçamento acontece entre famílias com renda até R$ 2.490; 9,2% reclamam de dieta insufic...

Veja mais