Impacto da Basileia 3 pode ser 30% mais duro

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O impacto total das novas regras globais de adequação do capital bancário, anunciadas no último fim de semana, deverá ser 30% mais duro que o sugerido pela principal relação de capital , segundo afirmam autoridades reguladoras e participantes do setor que analisaram dados de "private banking".

 

Os dados são um exemplo do impacto que mudanças de regras anteriores aprovadas pelo Comitê da Basileia para a Supervisão Bancária, que estreitam a definição do que os bancos podem contar como relação de capital "tier one". No domingo, o comitê ordenou aos bancos que aumentem o núcleo da relação de capital "tier one" de 2% para 7% dos ativos sujeitos a riscos até 2019, caso contrário enfrentarão restrições a pagamentos de salários e bônus.

 

Mas os bancos também terão que subtrair itens como ativos intangíveis, alguns créditos tributários e investimentos minoritários de capital e lucros retidos. O objetivo é fazer com que essa medida reflita o capital que estaria disponível para absorver perdas na eventualidade de uma crise.

 

Os dados submetidos ao Comitê da Basileia sugerem que o impacto real da mudança pode ser equivalente a elevar a exigência de capital mínimo a 10% para muitos bancos. As deduções provavelmente reduzirão o capital de muitos bancos em 30% a 40%, segundo fonte que tiveram acesso aos dados.

 

Isso se compara com estimativas de 10% a 15% projetadas por muitos analistas bancários com base nos dados disponíveis ao público. "As deduções definitivamente são a ponta do iceberg aqui. O impacto vai varia de uma maneira colossal", disse Bob Penn, advogado da Allen & Overy, que não teve acesso aos dados. As autoridades reguladoras estão tão preocupadas que vão esperar até 2014 para impor as deduções e vão implementá-las ao longo de quatro anos.

 

País só é menos citado que a China em relatório do governo Obama Brasil é alvo de programa americano de exportação Alex Ribeiro | De Washington 17/09/2010Text Resize Texto:-A +A CompartilharImprimirEnviar por e-mail O Brasil é um dos mercados prioritários dos Estados Unidos dentro do pacote detalhado ontem pelo governo Barack Obama que visa dobrar as exportações em cinco anos. Com isso, o Brasil receberá atenção especial dos americanos para receber financiamentos, nas negociações para a abertura de mercados e nos esforços de promoção comercial.

 

O Brasil é citado 25 vezes no relatório de 74 páginas entregue a Obama por técnicos que trabalham no esforço para fazer com que as exportações americanas, que em 2009 somaram US$ 1,57 trilhão, cheguem a US$ 3,14 trilhões em 2015. Só a China, com 34 menções, é mais lembrada no relatório do que o Brasil.

 

Em janeiro, no discurso que os presidentes americanos fazem à nação, Obama lançou o ambicioso projeto de duplicar as exportações dos Estados Unidos, como forma de criar novos empregos e reduzir os altos déficits comerciais do país, que são apontados como uma das causas da atual crise econômica. A ideia é que a economia fique um pouco menos dependente de seu próprio consumo doméstico e que a demanda externa seja uma das locomotivas do crescimento.

 

Ontem, em reunião com exportadores, Obama disse que já há progressos. "Estamos muito satisfeitos de ver que as exportações cresceram 18% em relação ao ano passado", disse Obama. "As exportações de manufaturados subiram 20%." Nos últimos meses, porém, as exportações perderam fôlego.

 

Além disso, apesar da alta das exportações, o déficit externo americano voltou a subir mais recentemente, em virtude da expansão ainda mais vigorosa das importações. Estatísticas oficiais divulgadas ontem mostram que o déficit em conta corrente, que inclui as principais transações comerciais e de serviços com o exterior, cresceu 13% do primeiro para o segundo trimestre, chegando a US$ 123,3 bilhões. As exportações cresceram 3,6% no período, mas as importações tiveram expansão de 6,3%, puxadas sobretudo por bens de consumo duráveis como carros e computadores.

 

Analistas dizem que será difícil atingir a meta de dobrar as exportações em cinco anos. Para isso, as vendas externas teriam de crescer cerca de 15% ao ano, sendo que não se espera uma forte demanda mundial nos próximos anos.

 

Uma das formas para aumentar as exportações, afirma o relatório, é a China, a Alemanha e o Japão aumentarem suas importações. "A China precisa se mover muito mais rápido para permitir que as forças de mercado corrijam a subvalorização do yuan", diz o texto. Da Alemanha e o Japão, os Estados Unidos cobram medidas para ampliar o consumo e investimento nesses países, como estímulos fiscais.

 

Sobre o Brasil, o relatório faz referência ao forte crescimento do país, que cria oportunidades de exportação. "O Departamento do Comércio identificou os países cujo crescimento deverá aumentar substancialmente nos próximos 12 meses (Brasil, India e China) para direcionar a eles as suas missões comerciais", afirma do relatório. No texto, também é apontado um segundo grupo de economias emergentes dinâmicas que merecem atenção especial, incluindo economias como Colômbia, Africa do Sul, Turquia e Vietnã.

 

O Brasil se tornou prioridade, diz o relatório, do banco que financia exportações de empresas americanas, o Eximbank, ao lado de outras oito economias, como o México, a Índia e a Nigéria. Na exportação de serviços, o foco são os turistas brasileiros que visitam os Estados Unidos. Uma da propostas é facilitar o acesso para que brasileiros entrem com pedidos de vistos nos consulados americanos.

 

Veículo: Valor Econômico


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