A criação líquida de 299.415 vagas com carteira assinada em agosto, um novo recorde para o mês, aumentou o otimismo de economistas que estudam o mercado de trabalho. Para eles, o desemprego médio em 2010 deve ser o menor da série, apurada pelo IBGE desde 2002. Segundo esse grupo, a taxa média de pessoas sem ocupação, medida pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), deve ficar, na pior das hipóteses, em 7,3% neste ano, prevê a consultoria Rosenberg e Associados. Trata-se de número bem distante ao pico de 12,3% em 2003. Segundo o professor da PUC-RJ José Márcio Camargo, o número deve ser mais baixo e fechar este ano entre 6,8% e 7%. A taxa média de desemprego atingiu 8,1% no ano passado e chegou a 7,9% em 2008.
Entre as surpresas apresentadas pela forte criação de postos de trabalho em agosto, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), está a geração de 128.232 vagas no setor de serviços. Segundo Camargo, o avanço expressivo dessa área é reflexo da expansão vigorosa da demanda agregada. "Como o Brasil está importando desinflação, devido à fraca recuperação da economia mundial, isso aumenta a renda disponível da população, o que estimula o acesso à prestação de diversos serviços", comentou.
A massa salarial deve crescer 6,5% neste ano e subir 5,3% em 2011, numa conjuntura de expansão do País de 7,2% neste ano e de 4,8% no próximo, avaliou o economista da Tendências, Bernardo Wjuniski. Ele estima que a taxa de desemprego média deve atingir 6,9% em 2010.
Camargo ressalta que como a PME apresenta, tradicionalmente no final do ano, números mais baixos do que os apurados no primeiro semestre, ao estimar que, em dezembro de 2010, o número fique próximo de 6,5%. Ele acredita que a criação de postos contabilizada pelo Caged deve atingir uma marca ao redor de 2,5 milhões de vagas líquidas neste ano. "Caso a economia apresente uma alta de 4,5% em 2011, é bem provável que a média do desemprego no próximo ano ficará estável, entre 6,8% e 6,9%", disse.
Já Wjuniski tem uma expectativa um pouco mais otimista sobre a evolução da economia no próximo ano, ao apostar em crescimento de 4,8%, o que diminuirá a taxa média de desemprego a ponto de levá-la para 6,3% em 2011. Para o analista da Tendências, como o Produto Interno bruto (PIB) deve manter uma boa velocidade de expansão entre 2011 e 2014 (alta média de 4,4%), a taxa de desemprego média deve ficar bem perto de 5% no período.
Veículo: DCI