Classe C se tornou a nova vedete do consumo

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Desigualdade com as famílias de maior renda ainda não foi reduzida. 


 
A aumento do poder aquisitivo das famílias pertencentes à classe C ainda não reduziu as desigualdades de consumo na comparação com o comportamento das famílias de maior renda, mas já sinaliza uma equiparação na aquisição de determinados tipos de produtos. A informação é do diretor do Instituto Ver, Malco Camargo, responsável por uma pesquisa sobre hábitos de consumo nas classes A, B, C e D, encomendada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis).

 

"A migração das famílias das classes E e D para a classe C ainda não foi suficiente para diminuir a distância em relação ao consumo praticado pelas famílias das classes A e B", explicou. Segundo ele, o objetivo do levantamento é apontar as características e a capacidade de consumo dessa nova parcela da população, além de comparar as diferenças existentes no comportamento de consumo das diferentes classes sociais.

 

"Com quase metade da população inserida dentro dessa parcela, a classe C virou a nova vedete do consumo e o nosso objetivo é apontar quais são os seus hábitos", explicou. O levantamento ouviu 546 pessoas em Belo Horizonte, entre os dias 2 e 5 deste mês, sendo 233 integrantes da classe C, cujas famílias possuem renda entre R$ 933,00 e R$ 1.391,00 (valores referentes a 2008) e que hoje representam cerca de 49% da população da Capital.

 

Na avaliação do diretor do Instituto Ver, a pesquisa apontou a existência de uma proporção no consumo entre alguns produtos comprados pelas duas classes. "O produto símbolo desse processo de ascensão do consumo da classe C é o contrafilé", ressaltou Camargos. O levantamento mostra que 40% dos entrevistados compraram o produto nos últimos 30 dias. Dentre os entrevistados da classe A, este corte de carne foi adquirido por 49% dos entrevistados, contra 42% dos consumidores da classe C.

 

Classes A e C já se equiparam no consumo de determinados tipos de produtos
Outros produtos atestam essa equiparação no consumo entre as classes, de acordo com o levantamento, como iogurte, apontado por 65% dos consumidores da classe A, contra 60% dos consumidores da C; o leite fermentado, com 36% dos consumidores da faixa de consumo mais alta apontando o produto, ante a 28% dos consumidores da classe C.

 

Apesar disso, o levantamento mostra que há grandes diferenças quando se compara o consumo das famílias da classe A com aquelas posicionadas na menor faixa de renda. Enquanto 26% dos consumidores da faixa mais alta declararam comprar cereal matinal, na classe C foram apenas 4% dos entrevistados. O azeite também integra a lista de 50% das famílias da classe A, contra apenas 18% das famílias de mais baixa renda.

 

Um dos principais itens da cesta básica, o arroz foi um dos produtos onde o consumo da classe D superou o da camada de mais alta renda, com 71% dos consumidores da classe A confirmando a aquisição do produto, contra 83% dos entrevistados pertencentes à classe de menor poder aqusitivo. Outro produto que sinalizou para uma equiparação no consumo das classes A e D foi o sabão em pó, onde 90% consumidores da classe D compraram o produto, frente 84% dos consumidores da classe A.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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