O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Antonio Evaldo Comune, elevou de 0,58% para 0,80% sua previsão para o indicador ao fim de outubro. Na segunda quadrissemana deste mês, o IPC apresentou alta de 0,96%, a maior desde a alta de 1,09% registrada na segunda quadrissemana de fevereiro.
Como ocorreu na semana passada, boa parte da alta do IPC concentrou-se em alguns poucos itens, quase todos do grupo alimentação. O conjunto carnes bovinas respondeu por 14% da variação do IPC, seguido por feijão (12%), frango (7%), pão francês (6%), laranja (3%) e álcool combustível (3%). "Todos os demais itens significaram 55% do IPC", disse Comune. "A boa notícia é que esperamos que a pressão sobre carnes começará a diminuir na próxima semana", afirmou. "Não esperamos que o pasto ficará ruim por três meses".
Para o feijão, Comune ainda acredita em possível aceleração de preços nas próximas duas ou três semanas. "Quanto ao frango e ao pão francês, que são fortemente influenciados pelo desempenho das commodities, não vejo sinais de alívio; a tendência também é que continuem pressionados", prevê. O frango sente o impacto da alta do milho, enquanto o pão é influenciado pela elevação das cotações do trigo nos mercados internacionais.
O grupo alimentação apresentou alta de 2,79% na segunda quadrissemana de outubro. Para o fechamento do mês, Comune aumentou sua projeção para alimentação de 1,61% para 2,31%. Para habitação, a previsão dele ao final deste mês subiu de 0,33% para 0,42%. Na segunda quadrissemana de outubro, o grupo variou 0,44% e, juntamente com alimentação, representou 65% do total do IPC no período.
Dentro de habitação, o principal destaque na segunda quadrissemana deste mês foi aluguel, seguido por água e esgoto. Esse último item subiu 1,32%, ao ficar levemente aquém da projeção da Fipe, que era de alta de 1,37%.
O grupo transportes variou 0,51% na segunda quadrissemana de outubro, ao sentir o efeito da alta de 5,61% de álcool combustível. Para o mês, a projeção de Comune para o grupo passou de 0,46% para 0,72%.
Veículo: DCI