Juro para o consumidor cai e BC prevê alta de crédito

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Situação favorece mais empréstimos e menos inadimplência, diz analista

 

Taxa média de juros para os consumidores chegou a 39,4% ao ano, o menor nível da série iniciada em 1994

 

A queda nos juros para o consumidor e o aumento do crédito verificados no trimestre encerrado em setembro devem se manter até o fim do ano e garantir novos recordes de liberação de empréstimos no Natal de 2010.

 

Essa é a avaliação do Banco Central e de economistas do setor privado. Pelos dados do BC, a taxa média de juros para os consumidores caiu pelo segundo mês seguido em setembro e se manteve no menor nível da série iniciada em 1994, 39,4% ao ano.
A inadimplência caiu para o menor percentual desde julho de 2005 (6%), enquanto o prazo de pagamento cresceu e bateu novo recorde.

 

Para empresas, a taxa de juros subiu pelo quinto mês seguido e chegou a 29% ao ano, a maior desde fevereiro de 2009.

 

Apesar dessa alta, a inadimplência para pessoa jurídica teve pequena queda, e o crédito voltou a crescer, no último trimestre, a taxas iguais àquelas de pessoas físicas, mesmo levando em conta apenas empréstimos sem subsídios do BNDES.

 

Os números do BC mostram ainda que o crédito para empresas e consumidores encerrou o trimestre com taxas de crescimento iguais às de junho e superiores a março. Com isso, bateu dois novos recordes: chegou a R$ 1,6 trilhão, ou 46,7% do PIB (Produto Interno Bruto).

 

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que a tendência é de aumento do crédito neste fim de ano e de queda nos juros, com redução da inadimplência e troca de dívidas mais caras, como cheque especial, por modalidades mais baratas, como crédito consignado.

 

Carlos Thadeu de Freitas, da CNC (Confederação Nacional do Comércio), diz que a combinação de aumento da renda, dólar em queda e crédito mais barato vai garantir o aumento nas vendas de Natal, principalmente de produtos duráveis.

 

Freitas diz ainda que as condições de crédito para o consumidor devem continuar favoráveis em 2011 e que a queda dos juros e o aumento de prazos favorecem uma expansão sem reflexos na inadimplência.

 

Alexandre Andrade, da consultoria Tendências, afirma que a demanda das empresas por crédito fora do âmbito do BNDES deve manter a tendência de recuperação verificada no trimestre.
Dados parciais para outubro mostram uma expansão do crédito acima do verificado em setembro.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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