Um desafio comercial para o pós-Lula

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Primeiro país onde foram abertas as urnas das embaixadas brasileiras, no domingo, a Nova Zelândia garantiu a José Serra sair na dianteira na apuração das eleições presidenciais. Esse fato circunstancial despertou no Brasil um fugaz interesse pelo país, coincidentemente após uma semana em que esteve por aqui um ministro neo-zelandês, Tim Groser, responsável pelos assuntos de Agricultura e Meio Ambiente da Nova Zelândia. Ele trazia mensagens de interesse ao sucessor de Lula, qualquer que fosse o resultado das urnas.

 

Como o Brasil, a Nova Zelândia é um grande exportador de produtos básicos, e, nessa condição, ativo participante das discussões mundiais de comércio. Groser é, ele próprio, respeitado negociador, e já coordenou os grupos de negociação de agricultura e de antidumping, da chamada Rodada Doha, na Organização Mundial de Comércio. Em 2003, como coordenador de agricultura, até esteve no Brasil, para a reunião da Unctad, órgão da ONU para o comércio e desenvolvimento. Groser alerta para uma mudança importante nas tendências das barreiras aos bens agrícolas, que será tema de decisões já no próximo ano.

 

Por um lado, a forte demanda dos países asiáticos, obrigados a alimentar uma classe média em crescimento e mais sofisticada, continuará a favorecer exportadores de bens agrícolas, com pressão sobre os mercados e os preços internacionais. Essa demanda tem permitido a países como a Nova Zelândia, firmes no compromisso com o câmbio flutuante, um desempenho razoável no comércio, compensando déficits sazonais, apesar da queda na cotação do dólar. Por outro lado, os mercados maduros, na Europa e nos EUA, ainda importantes para os produtores agrícolas mundiais, tendem a criar novas barreiras, dificultando as exportações.

 


Veículo: Valor Econômico


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