Inflação é a maior em quase seis anos

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Com disparada dos alimentos, índice de preços avança 0,83% em novembro e supera centro da meta para 2010

 

No ano, inflação chega a 5,25%; carne acumula aumento de 26,79% e é o item com maior peso no índice

 

Índice oficial de inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) continuou a sofrer pressão de alimentos e se acelerou de 0,75% em outubro para 0,83% em novembro -maior índice desde abril de 2005, segundo o IBGE.

 

No ano, já acumula alta de 5,25% até novembro, variação superior à inflação de 2009 (4,31%) e quase um ponto percentual maior que o centro da meta -de 4,5%, com intervalo de dois pontos.

 

Consumo em alta graças à expansão da renda principalmente das classes mais baixas no Brasil e nos demais emergentes e menor oferta de trigo, derivados, outras commodities (soja e milho) e carnes explicam a pressão dos alimentos.

 

O grupo registra aumento de 8,95% de janeiro a novembro -pouco abaixo do triplo da taxa de 2009 (3,18%).
Em novembro, o avanço dos alimentos foi de 2,22%, maior marca desde dezembro de 2002.

 

Diante desse cenário e com a resistência dos preços dos serviços, analistas acreditam em nova rodada de elevação dos juros já nos três primeiros meses do governo Dilma Rousseff.
"A Fazenda e o BC acham que só o ajuste fiscal será suficiente para segurar a inflação, mas há um choque de oferta ainda em curso e uma pressão de serviços, estes mais sensíveis ao aumento da renda", diz Jean Barbosa, economista da LCA.

 

Neste ano, o grupo alimentação ditou a inflação. "Quando eles subiram no começo do ano, o IPCA foi junto. Depois, ambos arrefeceram, mas o índice voltou a subir com a retomada dos alimentos em setembro", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE.

 

Somente a carne subiu 26,79% no ano. Foi o item de maior peso na inflação até novembro, seguido por empregado doméstico, refeição fora de casa e colégios.
Para Laura Haralyi, analista do Itaú Unibanco, o cenário para 2011 "ainda preocupa". Os serviços, diz, vão se manter pressionados por conta do aluguel e da demanda por educação privada.

 

Já os preços dos alimentos, diz, tendem a perder força, o que já ocorre no atacado.
Nesse contexto, o Itaú Unibanco prevê juros maiores já em janeiro. O BC, estima Haralyi, vai elevar a taxa em 1,5 ponto percentual nas três primeiras reuniões do Copom de 2011.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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