Até 2020, uma em cada cinco pessoas que moram nos países listados no BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) irão pertencer à classe C, e este grupo responderá por um mercado de R$ 37 trilhões. Segundo pesquisas do mercado e dados apontados como uma possibilidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Apenas os países Brasil, Índia e China - que estão no grupo com maior contingente na classe média - existem hoje cerca de 314 milhões de pessoas nesse perfil, que deve mais do que quadruplicar nos próximos dez anos.
A rede Walmart que detém a marca TodoDia voltada para a classe emergente conta com uma variedade de 2.500 itens, desde as marcas líderes até aquelas que proporcionam o melhor custo benefício de cada categoria. Além disso, o consumidor conta com itens de marca própria, com preços até 25% mais baratos que as marcas de referência para atender este nicho de mercado.
O controlador da marca TodoDia acaba de investir R$ 8 milhões em duas novas lojas com a bandeira ampliando a sua atuação no estado de São Paulo, totalizando 31 unidades no formato de vizinhança e 129 em todo o Brasil.
De acordo com o vice-presidente de Operações da rede, Demétrio Magnani, as inaugurações estão alinhadas à estratégia da empresa de oferecer mais uma opção de compra para os moradores da região, levar produtos de qualidade para a nova classe atrelado a um atendimento personalizado da rede e um layout que represente confiabilidade para o consumidor.
A rede ainda oferece serviços que facilitam o dia a dia da população da cidade, como recarga digital de celular, pagamento de conta nos caixas e caixa eletrônico. Há ainda uma farmácia própria, com mix médio de 4 mil itens de medicamentos e farmacêutico de plantão. Todas as farmácias da rede mantêm um programa permanente de vendas de genéricos, com mais de 400 produtos por preços máximos de R$ 9,90.
Segundo o professor de Varejo da Fundação Getúlio Vargas, Claudio Goldberg, este novo conceito do mercado varejista chama-se cheap chic, e é de um atendimento personalizado munido de produtos de qualidade a preços baixos. "Hoje este público-alvo quer a mesma qualidade e os mesmos produtos oferecidos às classes A e B. Eles estão mais exigentes por ter maior poder de compra ", enfatiza o porta-voz.
Quem também já notou este mudança de rumo do setor foram os varejistas de vestuário que antes atendiam apenas as classes A e B. Lojas como a Barred's, Luigi Bertolli e M. Officer estão aos poucos disponibilizando suas roupas tanto para altos executivos e abonados quanto para os que são até menos remunerados.
Goldberg afirma que está foi uma alternativa que as marcas arrumaram para não aumentar seu faturamento com a classe que mais cresce no País. "Outras redes também estão apostando na alternativa da criação de uma marca para a atender o segmento, porém mantendo mesma qualidade da que possui", disse. Ele complementa que os celulares estarão cada vez mais unidos ao varejo tanto para ser usado para efetuar comprar quanto para manter um relacionamento com os clientes por meio de promoções.
Para o coordenador-geral do Programa de Administração do Varejo (Provar), Claudio Felisoni, um dos especialistas do varejo nacional, a classe emergente tende a comprar mais, porém sempre em busca de parcelas que se encaixem dentro do orçamento mensal muitas vezes sem se preocupar com os juros embutidos no preço final. "A classe C hoje compra mais, mas compra mais lentamente. Compra menos vezes por ano, parcela mais", disse.
Mercado
O resultado comércio baseado nos dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) demonstrou que apesar do brasileiro ter tido um mês com maior pagamento de contas ele não deixou de gastar e ainda fechou o mês de janeiro com saldo positivo comparado a 2010. Segundo a entidade se comparado janeiro deste ano de 2010 as vendas subiram 5,38%. e em relação da inadimplência foi detectada queda de 10,09%. Para o ano, a perspectiva é positiva no setor com a robustez da economia, que deve se perpetuar em 2011, na avaliação do vice-presidente da CNDL, Vítor Augusto Koch.
O aquecimento da demanda interna foi apontado como principal responsável pela melhora do indicador, quando a comparação é feita em relação ao mesmo mês do ano passado. "A demanda interna, em forte elevação, e a alta disponibilidade imediata de recursos, dois dos motores da economia brasileira em 2010, são também dois fatores que explicam o baixo valor das parcelas devidas em atraso pelos consumidores", destaca a sondagem.
Para a entidade o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento Geral da União anunciado pelo governo foi uma medida importante para o controle da inflação.
Veículo: DCI