O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo, Antonio Evaldo Comune, elevou de 5,5% para 6% a previsão da taxa de inflação para 2011. Se confirmado, o resultado ainda ficará em sintonia com a meta do governo federal para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), prevista em 4,5% com variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (entre 2,5% e 6,5%).
Para o economista, em maio, o IPC deverá ficar em 0,4% ante 0,7% de abril e manter essa mesma variação nos meses subsequentes, caso não ocorram mudanças expressivas no mercado internacional que provoquem ajustes de preços das commodities. Nem mesmo a concentração de importantes datas-base de várias categorias de trabalhadores no segundo semestre pode ameaçar essa estabilidade, apontou. "Se tiver algum impacto vindo dos salários, só será sentido no ano que vem".
Ainda assim, os alimentos continuarão forçando o avanço inflacionário este mês. A taxa, que em abril ficou em 0,46%, deve ser elevada para 0,61%. No entanto, à medida que a nova safra agrícola entrar no mercado, a tendência é de estabilização dos preços, explicou Comune. O grande vilão da inflação, por enquanto, tem sido transporte, cujos preços relativos subiram 1,44% em abril, acima do 1,04% de março. A culpa é dos combustíveis. Para encher o tanque com etanol, o consumidor pagou, em média, no mês passado, 10,36% mais do que em março e 47,67% acima do valor desembolsado em maio do ano passado.
Veículo: Valor Econômico