A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) foi de 0,95% em abril, o que indica aceleração de 0,24 ponto percentual em relação à taxa de 0,71% registrada em março, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador acumula alta de 3,46% no ano e de 6,05% em 12 meses.
Com o resultado, o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, elevou sua estimativa para a inflação acumulada do indicador para 2011, de 5,8% para 6,4%. Segundo Picchetti, a alteração é novamente consequência do cenário de taxas mensais mais fortes observadas nos primeiros quatro meses de 2011. "Se fizermos uma simulação com os oito meses que faltam para o ano e jogarmos 0,35% de variação média, coisa que eu não acho improvável de acontecer, 2011 fecharia em 6,4%", comentou. "Para maio, eu espero um índice bem inferior ao de abril; alguma coisa perto de 0,40%", adiantou.
De acordo com o coordenador, a inflação de abril teve como principal vilão o preço dos combustíveis, em especial o da gasolina, que avançou 5,98% e respondeu sozinha por 0,18 ponto percentual da taxa geral de 0,95%. Entre a terceira quadrissemana e o resultado final do mês, o grupo alimentação também pressionou a inflação, ao sair de alta de 0,91% para elevação de 1,04%.
Para maio, ele disse acreditar num comportamento melhor especialmente da parte dos combustíveis, que tendem a ser influenciados por uma situação mais favorável da safra de cana-de-açúcar.
Apesar do cenário melhor aguardado para maio, Picchetti mostrou preocupação com o atual nível da inflação. De acordo com ele, de maneira diferente da observada em 2010, quando os preços mostravam mais influência do grupo alimentação, em 2011, há um cenário de "aumento generalizado", que impede um grau maior de otimismo.
Para ele, a taxa acumulada de 12 meses deve atingir o pico em agosto, com resultado de 7,9%. Tudo porque, em 2010, houve três meses consecutivos de deflação, em junho (de 0,21%), julho (de 0,21%) e agosto (de 0,08%), e este cenário não tende se a repetir em 2011, o que tende a trazer um efeito estatístico desfavorável para este tipo de comparação.
Questionado sobre se realmente haveria uma forma de segurar esta tendência, o coordenador do IPC-S respondeu que ela logicamente não pode ser imposta "por decreto", mas que tudo está ligado ao controle do governo em relação à inflação.
Veículo: DCI