São Paulo e Rio continuam na liderança no ranking das maiores cidades em consumo, mas despontam Sorocaba e Campo Grande, mostra pesquisa
As 50 maiores cidades do País em potencial de consumo estão perdendo participação nas compras das famílias brasileiras. No ano passado, esses municípios responderam por 45,8% do consumo nacional e, neste ano, por 43,9%, aponta o estudo IPC Maps, da IPC Marketing Editora. Isso representa R$ 48 bilhões a menos circulando no caixa das empresas localizadas nessas cidades.
"Essa redução na fatia das grandes cidades confirma o processo de desconcentração no consumo", afirma Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo.
São Paulo(SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG) lideram, nessa ordem, o ranking dos maiores municípios do País em compras neste ano, mas cada um deles com uma participação bem menor comparativamente a 2010.
Em contrapartida, há cidades que ganharam posições na lista, como Curitiba (PR), Salvador (BA), Goiânia (GO), Ribeirão Preto (SP) e São José dos Campos (SP).
Estrelas. Pazzini destaca cidades como Sorocaba, no interior do Estado de São Paulo, e Campo Grande, no Mato Grosso, como estrelas do consumo em 2011. Sorocaba, por exemplo, subiu seis posições no ranking no último ano, da 30.ª para 26.ª posição. Campo Grande, por sua vez, ascendeu da 20.ª para a 18.ª posição no ranking do potencial de consumo no último ano.
O especialista explica que, no caso de Sorocaba, apesar de ter aumentado o potencial de consumo da classe C dos moradores da cidade, o crescimento da classe A teve impacto mais significativo, com a migração de parte da população da classe B.
"Como a renda da classe A é significativamente maior que das demais classes, o aumento do número de domicílios desse estrato social fez com que o crescimento do potencial de consumo desse município se destacasse em relação aos demais", explica Pazzini.
Já no caso de Campo Grande, a ascensão da cidade no ranking dos 50 maiores municípios do País em potencial de consumo está baseada no crescimento da classes B.
Crise. A tendência de desconcentração do consumo das grandes cidades para os municípios menores já vinha se desenhando desde 2000, observa Pazzini. Esse movimento, no entanto, foi interrompido pela crise financeira internacional de 2008, que teve impacto econômico no ano seguinte. "Com a crise, as empresas ficaram com receio de investir em novos mercados e optaram por apostar em cidades já conhecidas", diz o especialista. Agora, ele acredita que a desconcentração deve continuar.
Veículo: O Estado de S. Paulo