Indicador de produção em março registrou 53,3 pontos. Valores acima dos 50 que significam crescimento
Brasília A produção industrial cresceu moderadamente em março em relação a fevereiro, conforme a Sondagem Industrial divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores acima de 50 pontos significam crescimento, o indicador de produção do mês passado registrou 53,3 pontos. Em fevereiro, o indicador havia ficado em 51 pontos.
No entanto, com o ritmo lento de expansão no primeiro trimestre do ano, o resultado de março ficou bastante abaixo do verificado no mesmo mês de 2010, quando o indicador registrou 62,9 pontos, ou seja, com uma velocidade de crescimento muito mais disseminada e intensa do que a verificada este ano.
Além disso, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) registrou 47,4 pontos, significando que a indústria operou a um nível abaixo do usual para o terceiro mês do ano, uma vez que o indicador ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Mas o nível subiu ante fevereiro, quando a variável havia registrado 47 pontos. Em março de 2010, o Nuci registrou 54 pontos. Ainda de acordo com a CNI, o porcentual médio de utilização da capacidade instalada chegou a 74% em março, dois pontos porcentuais acima da avaliação feita pelos empresários em fevereiro. Mesmo assim, o emprego no setor continuou a se expandir em março, com indicador de 51,2 pontos. No entanto, o nível dos estoques nas fábricas ficou relativamente estável no mês, com 50,5 pontos, mesmo patamar da variável que mede os estoques em relação ao planejado pelos empresários.
A desaceleração tem se refletido em menos otimismo por parte do empresários. Após uma ligeira melhora em março, as perspectivas para os próximos seis meses em relação à demanda voltaram a piorar em abril, e chegaram a 61,7 pontos. O indicador estava em 62 pontos no mês anterior.
Da mesma forma, a variável que mede os planos para compras de matérias-primas também piorou na comparação mensal, passando de 59,1 pontos em março para 58,8 pontos em abril. Mais grave ainda foi o resultado para expectativas de exportações, que passou do patamar positivo de 51 pontos no mês passado para 49,1 pontos, indicando que os empresários esperam diminuição dos embarques nos próximos meses.
Carga tributária
Com o arrefecimento do ritmo de crescimento da indústria no primeiro trimestre do ano, problemas relacionados à baixa atividade econômica voltaram a ter maior percepção por parte dos empresários, segundo a CNI. "Problemas relacionados a uma economia pouco aquecida ganharam importância, como falta de demanda, taxas de juros elevadas e alto custo da matéria-prima", afirmou o economista da CNI, Marcelo Souza Azevedo. "Além disso, o acesso ao crédito se tornou mais difícil e as empresas estão menos satisfeitas com situação econômica", completou.
Veículo: Diário do Nordeste