A proximidade entre a Páscoa, celebrada no final de semana passado, e o Dia das Mães neste ano não deve afetar as vendas no varejo. A diferença no perfil de compras para as duas datas deixa o comércio otimista em relação aos resultados no Dia das Mães, comemorado neste ano no próximo dia 8. A ida de pais e filhos às compras em busca de um presente para as mães deve render ao varejo um crescimento de até 9,5% em relação ao ano passado.
A média de gastos deve ficar entre R$ 51,00 e R$ 100,00 e direcionar os consumidores principalmente para roupas e sapatos, flores, artigos pessoais, joias, celulares e eletrodomésticos. Além da diferença nos produtos para presentes - na Páscoa os ovos de chocolate -, também o público-alvo deixa de ser as crianças e passa às mães.
Conforme o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), Ronaldo Sielichow, ainda que o público fosse o mesmo, o incentivo ao uso do crédito e de diferentes formas de pagamento nas campanhas publicitárias é um dos motivos pelos quais o consumidor não está intimidado com a concentração de gastos. "Essa coincidência de datas é desvantajosa porque as pessoas recebem seus salários periódicos. Mas o crédito facilita, e é comum ver a publicidade incentivando isso", comenta.
Para a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), a data deve gerar um incremento entre 7% e 9% nas vendas neste ano. As perspectivas da federação se baseiam em fatores como o aquecimento do mercado de trabalho, que vem manifestando redução no desemprego desde o ano passado, e aumento da massa salarial.
A maior influência positiva nos resultados nesse ano, conforme o presidente do Sindilojas, pode acontecer com o aumento de contratações. Os empregadores podem optar por manter os trabalhadores temporários para os dois festejos. "É mais tempo que a pessoa tem para mostrar seu nível de motivação e se destacar na atividade, e para toda contratação temporária existe a possibilidade de que ela se converta em permanente", explica Sielichow. No Brasil, cerca de 37 mil trabalhos temporários foram criados para a Páscoa.
Veículo: Jornal do Comércio (RS)