A produção industrial cresceu em março em sete das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com fevereiro, o grande destaque foi São Paulo, com alta de 1,6%. O estado tem peso de 40% no total nacional, que registrou expansão de 0,5%.
O resultado positivo da indústria paulista foi o terceiro consecutivo nesse tipo de comparação.
Por ter uma indústria diversificada, o crescimento verificado em março pode ser visto como termômetro do setor no Brasil. Nos estados focados em apenas alguns segmentos, pode haver oscilação maior de um mês para outro.
"O crescimento em São Paulo é um bom resultado. No primeiro trimestre, a expansão foi de 2,2%. A tendência é positiva, mas nada robusta. É uma retomada em patamares condizentes com a sua capacidade", disse Rogério César de Souza, economistachefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
O especialista avalia que, após forte onda de importações, houve arrefecimento que permitiu à indústria brasileira retomar a produção, já que a economia segue forte.
A maior alta na produção industrial de março foi verificada na Bahia, de 7%, após queda de 5,8% e na Região Nordeste (6,2%), após as perda de 2,2% no mês anterior, explicadas em grande parte pela menor produção no setor de produtos químicos, afetado por problemas no fornecimento de energia elétrica no início de fevereiro. Já a maior queda registrada pelo IBGE foi no Amazonas, de 8,9% frente a fevereiro e de 14,6% se comparada a igual mês de 2010.
CALENDÁRIO. "Na comparação com março do ano passado, temos o efeito do calendário, porque este ano o mês teve dois dias úteis a menos, graças ao carnaval, mas o setor de bebidas puxou as perdas por causa da redução da produção do xarope, que é a matéria-prima", explicou André Macedo, economista da Coordenação da Indústria do IBGE.
Macedo destacou ainda o resultado da produção industrial do Espírito Santo, que subiu 1,6% frente a fevereiro e 10,5% na comparação com março do ano passado. O estado foi beneficiado por uma expansão da indústria de petróleo e gás natural, do beneficiamento de minério de ferro e da siderurgia.
A produção industrial registrou expansão ainda na Região Nordeste, Ceará, Paraná e Rio Grande do Sul. As taxas positivas foram verificadas no Ceará (2%), Rio Grande do Sul (1,9%), São Paulo e Espírito Santo (ambos com 1,6%) e Paraná (1,1%). No sentido contrário, registraram queda na produção Amazonas (8,9%), Pará (4,6%), Rio de Janeiro (3,8%), Pernambuco (2,2%), Santa Catarina (1,2%), Goiás (0,6%) e Minas Gerais (0,1%). As maiores taxas de contração no primeiro trimestre foram registradas Bahia (9,2%), Ceará (7,3%) e Região Nordeste (6,2%).
Veículo: Jornal do Commercio - RJ