O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu de 0,30% para 0,34% na terceira semana de outubro. Essa alta é a maior já apurada desde a primeira semana de agosto, quando o índice atingiu 0,44%, e foi puxada, principalmente, pelos alimentos, segmento em que a alta quase dobrou - de 0,22% para 0,41%. Dos sete grupos pesquisados apenas dois apresentaram desaceleração: vestuário, com alta de 0,83% ante 0,93%, e despesas diversas, com alta de 0,11% ante 0,49%. Em habitação foi constatada a mesma variação passada (0,39%) e nos demais grupos, houve pequeno avanço: saúde e cuidados pessoais pulou de 0,30% para 0,35%; educação, leitura e recreação, de 0,05% para 0 06%, e transportes, de 0,10% para 0,12%.
De acordo com o levantamento, dos 21 gêneros alimentícios pesquisados 11 apresentaram aumento de preços e entre os que mais pressionaram o IPC-S estão as carnes bovinas (2,82% ante 1 47%), o arroz e o feijão (2,29% ante 1,09%). Coordenador da pesquisa, o economista Paulo Picchetti atribuiu essa alta dos alimentos s incertezas do mercado quanto aos efeitos da crise financeira internacional. "Há um temor de restrição ao crédito, entre outros fatores de elevação dos custos de produção", explicou. Ele observou que o movimento de produção e comercialização está em compasso de espera.
"Num primeiro momento, a atitude tem sido a de se resguardar diante de perdas que podem ocorrer com a perspectiva de um desaquecimento no consumo". Além disso, Picchetti destacou que o efeito cambial também tem contribuído para pressionar os preços dos produtos comercializados no exterior como, por exemplo, a carne bovina.
Veículo: DCI