O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) de julho permaneceu estável em relação ao mês passado, com crescimento de 0,08%. No acumulado desde janeiro, o aumento é de 1,32%. A Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) divulgaram ontem o índide, que ficou em 52,15 pontos, numa escala de zero a 100 entre o pessimismo total e o otimismo total.
Para a coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo, os números significam que a despeito da ameaça inflacionária, que afeta o poder de compra das famílias, os consumidores adotam postura otimista. " a reversão das expectativas negativas em relação à inflação. O comércio terá que acompanhar a percepção das pessoas, que este ano estão mais preocupadas do que em 2010. um consumidor que quer comprar, mas está prudente, atento à relação custo-benefício", explica.
O ICC-BH permanece ininterruptamente acima dos 50 pontos (na faixa de otimismo) desde maio de 2010. "Os números ficaram mais moderados a partir da adoção das medidas macroprudenciais pelo governo, mas ainda assim compõem um patamar de otimismo, sustentado pela estabilidade monetária, emprego, renda e crédito", analisa a coordenadora.
Entre os itens que formam o índice, destacaram-se a pontualidade no pagamento (72 pontos), a pretensão de compra (62 pontos), a situação financeira da família (59 pontos), e a situação financeira da família em relação ao passado (54 pontos). Receberam pontuação de pessimismo a inflação (34 pontos), o emprego (45 pontos), a situação econômica do país (47 pontos), e a disponibilidade de recursos (49 pontos).
Juros - Apesar da apuração absoluta, demonstraram crescimento em relação ao ICC-BH do mês passado a inflação (3,28%) e a situação econômica do país (1,89%). Já o emprego, em relação ao junho, caiu 0,88%. "Avaliamos que a piora é em decorrência dos aumentos na taxa de juros, que influenciam a percepção do emprego", comentou Silvânia.
A pretensão de compra apresentou aumento relativo de 0,10%. Os itens que lideraram a lista dos bens e serviços que os consumidores desejam adquirir foram automóvel (10,25%), computador (7,25%), material de construção (7%), televisor (6,75%), móveis (5%), telefone celular (4,50%) e moradia (4%).
"Alguns desses itens são tecnológicos e estão em constante inovação, o que faz com que eles apareçam sempre entre os desejos dos entrevistados. Outra análise é que todos esses produtos são muito sensíveis à oferta de crédito, logo estão atrelados ao endividamento", acrescentou a economista.
A pontualidade no pagamento teve um aumento de 8,54% em comparação ao mês anterior. A pesquisa também perguntou que contas estavam mais atrasadas: energia elétrica (35,45%), cartão de crédito (33,64%), água (19,09%), prestações (18,18%) e Aluguel (14,55%).
O ICC-BH reflete a opinião de moradores da Capital sobre aspectos que afetam as decisões de consumo. Segundo as entidades, ele antecede a atividade econômica, sendo importante para o planejamento de estoques e investimentos.
Veículo: Diário do Comércio - MG