Apesar dos indícios de desaceleração da indústria brasileira, devido aos altos estoques vistos no mês de julho em alguns segmentos, o faturamento real, descontada a inflação, das principais redes varejistas brasileiras em agosto deve subir 6,9% se comparado ao do mesmo mês do ano passado, segundo o Índice Antecedente de Vendas (IAV) divulgado ontem pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). O levantamento, realizado com base em informações dos executivos das redes, aponta para um projeção de alta das vendas de 6,5% em setembro e de 6,8% em outubro, ambos em relação aos mesmos meses de 2010. -
Por segmentos do varejo, o IAV estima aumento no segmento de bens não-duráveis, que contribuiu com cerca de 40% no índice da Pesquisa Mensal do Comércio, crescimento entre 4% e 5%, números mais discretos se comparados aos de outros segmentos. Já o setor de bens semiduráveis -como vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos-- projeta crescimento de 7% a 11%, diante da expectativa pelas vendas das liquidações de inverno, férias escolares, Dia dos Pais e Dia da Criança.
O varejo de bens duráveis, como móveis, eletrodomésticos e material de construção, também aponta crescimento, com taxas próximas de 10% até outubro. Segundo o instituto, "deve haver a consolidação de um cenário positivo pelos próximos três meses".
O IDV representa 35 das principais redes varejistas dos segmentos de alimentos, eletrodomésticos, móveis, utilidades domésticas, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, material de construção, medicamentos, vestuário e calçados. Entre os associados estão Pão de Açúcar, Walmart, Magazine Luiza, Lojas Renner, Riachuelo, C&A, Pernambucanas, Livraria Cultura, Drogasil, Droga Raia e Leroy Merlin.
Perspectiva
É importante lembrar que o cenário econômico foi fortemente afetado pelo rebaixamento dos títulos do governo dos Estados Unidos pela agência de classificação Standard & Poor's (S&P), agora já de volta ao seu patamar original, pelo pacote de reestruturação da economia italiana, a terceira maior da zona do euro, e pela possibilidade de rebaixamento dos títulos do governo francês. Estes fatores afetaram fortemente as bolsas internacionais, reacendendo o temor de um repique da crise de 2008.
Veículo: DCI