Dos 80,8 milhões de cheques compensados no país em julho, 1,6 milhão foi devolvido por falta de fundos, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Serasa Experian. O resultado equivale a 1,99% do total e representa uma leva alta em relação ao percentual de junho, quando houve 1,93% de devoluções de cheques. O indicador também registrou aumento em julho ante o mesmo mês do ano passado, quando houve 1,74% de devoluções.
Segundo os economistas da Serasa Experian, o avanço da incidência de cheques devolvidos por falta de fundos em julho em comparação com junho decorre das vendas parceladas com cheques pré-datados no Dia dos Namorados. A entidade atribui os parcelamentos nessa categoria ao aumento dos juros no país e à política monetária restritiva para controle da inflação.
Na relação entre os períodos acumulados do ano também ocorreu elevação no porcentual de cheques sem fundos. De janeiro a julho de 2011 foram 1,94% de devoluções, ante 1,86% verificados em igual período de 2010.
Os estados com maior percentual de cheques devolvidos no acumulado deste ano foram Roraima (11,95%), Maranhão (9,07%) e Acre (7,79%), com índices bem acima da média nacional de 1,94% no período. Já a menor ocorrência de cheques sem fundos foi verificada em São Paulo (1,47%), Rio de Janeiro (1,61%) e Paraná (1,64%).
O Indicador Serasa Experian de Cheques sem Fundos leva em conta a quantidade de cheques compensados, isto é, o total de cheques encaminhados para a câmara de compensação interbancária do Banco do Brasil (BB). Na compensação, o cheque pode ser pago ou devolvido. A pesquisa registra como "devolução" o cheque que voltou por duas vezes por falta de fundos. Isso, para a entidade, caracteriza a inadimplência.
Confiança - A confiança dos consumidores da cidade de São Paulo teve leve queda de 0,1% em agosto ante julho, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado ontem, passou de 152,9 em julho para 152,7 pontos em agosto, em uma escala que varia de zero a 200 pontos e demonstra otimismo quando fica acima dos 100 pontos.
Na avaliação da Fecomercio-SP, o nível de confiança ainda está em um patamar elevado, principalmente em razão dos resultados do mercado de trabalho. No entanto, a ligeira queda no ICC aponta um ajuste das expectativas dos consumidores diante do cenário de atividade econômica em desaceleração.
A queda do índice foi puxada pela variação negativa do componente do ICC que mede o grau de satisfação dos consumidores com o momento atual da economia. Este componente recuou de 150,6 pontos em julho para 149,8 pontos em agosto, uma baixa de 0,5%. A variação negativa do componente resultou da queda da confiança entre consumidores do sexo masculino, entre pessoas com menos de 35 anos e entre indivíduos com renda mensal inferior a dez salários mínimos.
Já o componente do ICC que mede a expectativa do consumidor em relação à situação econômica futura subiu 0,1% na comparação mensal, de 154,5 pontos em julho para 154,6 pontos em agosto. A variação positiva aqui resulta da maior confiança entre consumidores do sexo masculino, entre aqueles com renda mensal inferior a dez salários mínimos e aqueles com idade de 35 anos ou mais. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG