A intenção de consumo das famílias brasileiras voltou a crescer em agosto, com alta de 2,5% em relação a julho, e de 1,9% na comparação com igual período de 2010. É o que mostrou a pesquisa nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com a entidade, as condições favoráveis do mercado de trabalho mais uma vez contribuíram significativamente para a elevação do índice. No entanto, mesmo com a alta, os resultados dos componentes diretamente ligados ao consumo ainda indicam expansão mais moderada dos gastos das famílias em relação ao ano passado.
Entre os motivos para a alta do índice estão a oferta de crédito, mesmo após as medidas restritivas do Banco Central (BC). A confiança das famílias de mais baixa renda subiu 1,8% na comparação anual. As regiões nas quais a confiança é maior são a Centro-Oeste (2,3%) e Sudeste (1,5%).
Segundo semestre – A CNC espera intensificação do consumo no segundo semestre, estimulada pelas festas de fim de ano e pela liberação do 13º salário dos trabalhadores. Segundo o economista da CNC, Bruno Fernandes, não há sinais ou expectativa de reversão do nível de consumo por causa da recente crise internacional. "As pessoas devem continuar consumindo mesmo com a turbulência lá fora. Também não esperamos reversão de tendência para o câmbio", disse.
Fernandes disse que o dólar em baixa e a renda em alta são os fatores primordiais para a manutenção do consumo.
A CNC revisou para baixo a previsão para o volume de vendas do varejo, que agora está estimada em 6%, abaixo dos 6,5% de julho. Os motivos, no entanto, estão mais relacionados a medidas internas, como restrições ao crédito e não guardam relação direta com o cenário externo. Em 2010, um ano considerado excepcional, as vendas cresceram em torno de 10%. "Um resultado de 6% ainda é extremamente favorável", disse Fernandes.
Veículo: Diário do Comércio - SP