População utiliza parte de pagamentos adicionais para pagar dívidas e compras no comércio.
Mais dinheiro no mercado aumenta a expectativa dos empresários do comércio
A injeção de R$ 1,02 bilhão em Minas Gerais, referente à primeira parcela do 13º salário de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que começou na ser paga ontem em todo o país, reacende expectativas positivas para os lojistas e dá a largada para o período de ouro do comércio: as vendas de Natal. Só em Belo Horizonte serão pagos pelo menos R$ 98,9 milhões para aposentados e pensionistas.
Não é só o aquecimento das vendas à vista que enche o comércio de expectativas, mas a constatação de que boa parte desses recursos será utilizada para quitar dívidas, limpar o nome e voltar a ter acesso ao crédito. Ou seja, as vendas a prazo também tendem a aumentar.
"Tradicionalmente os recursos oriundos dos pagamentos adicionais, a exemplo do 13º salário e restituição do Imposto de Renda, são direcionados para o pagamento de dívidas e para compras no comércio", explica a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) Ana Paula Bastos.
Foi o que aconteceu no ano passado, quando a antecipação da primeira parcela do 13º salário, também iniciada no dia 25 de agosto, injetou R$ 920 milhões na economia do Estado, sendo R$ 89,5 milhões só em Belo Horizonte.
O INSS começou a fazer os lançamentos ontem e vai estendê-los até o dia 8 de setembro. Os primeiros da fila são os beneficiários que recebem até um salário mínimo. Quem ganha acima desde valor começa a receber a antecipação do abono em setembro, junto ao pagamento referente ao mês de agosto.
No Brasil, o pagamento de metade do 13º para os 24,6 milhões de aposentados e pensionistas significa um impacto de R$ 10 bilhões na economia. E o comércio tem outro motivos para ficar otimista neste início do segundo semestre.
Lojistas eufóricos; só em BH serão pagos pelo menos R$ 98,9 milhões para aposentados e pensionistas
Pesquisa - A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no dia 24, mostra que entre as famílias brasileiras que ficariam inadimplentes em agosto, 8,2% disseram que não teriam condições de quitar seus débitos, percentual estável em relação aos 8,1% apurados em julho, embora menor em relação aos 8,8% de agosto de 2010.
O tempo médio de atraso no pagamento das dívidas registrado em agosto pela CNC é de 57,5 dias. No mesmo período do ano passado, o atraso registrado era de 59,9 dias. Ainda segundo a pesquisa, o cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 72,8% das famílias inadimplentes, seguido por carnês, para 25,6% e, em terceiro, o financiamento de carro, para 10,1%.
Veículo: Diário do Comércio - MG