A balança comercial brasileira já começou a refletir os efeitos da redução da demanda mundial. O superávit de outubro fechou em US$ 1,2 bilhão, o pior resultado para este mês dos últimos sete anos. O saldo do mês passado representa menos da metade dos US$ 2,7 bilhões apurados em setembro.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou ontem que, em outubro, as importações registraram baixo crescimento por conta do represamento de mercadorias nas alfândegas pela disparada do dólar. Além deste fator, as exportações começaram enfrentar o problema da redução da demanda mundial. As principais reduções de vendas externas no mês foram para os Estados Unidos (-24,3%), Europa Oriental (-28,6%) e China (20,8%)
Em relação a outubro do ano passado, o superávit caiu mais da metade (-64,8%) em relação aos US$ 3,4 bilhões . Trata-se do menor valor desde março, quando ficou em US$ 995 milhões.
No total, a receita das exportações fechou outubro em US$ 18,5 bilhões, uma queda de 7,5% em relação a setembro (US$ 20 bilhões). Ainda, assim, as exportações superam os US$ 15,7 bilhões observados em igual mês do ano anterior e registraram o maior valor para meses de outubro. As vendas diárias do Brasil ao exterior recuaram de US$ 909 milhões para US$ 841 milhões, em média, entre setembro e outubro. Ambos resultados são os menores desde abril deste ano. Mas o valor diário vendido ficou acima do apurado em igual mês de 2007 (US$ 716 milhões). As importações brasileiras somaram US$ 17,3 bilhões em outubro, um modesto aumento de 0,24% em relação ao mês anterior (US$ 17,2 bilhões). E bem acima dos US$ 12,3 bilhões apurados em igual mês de 2007. Para se ter uma idéia, ao longo deste ano as importações chegaram a apresentar taxas entre 50% e 60%.
Para o secretário de comércio exterior do ministério, Welber Barral, parte da queda das exportações em outubro deve-se ao impacto da sazonalidade do período. Porém, a queda de 7,5% ficou acima das registradas em igual mês dos últimos três anos, cuja queda ficou abaixo de 4%. Segundo ele, a redução das exportações foi motivada pela "imprevisibilidade da alta do dólar", o que deixou os exportadores cautelosos.
No caso da queda dos preços das commodities Barral que o destaque ficou por conta do alumínio que caiu 9,3% sobre setembro. Para fugir da crise, as empresas brasileiras estão buscando novos mercados como Portugal, Espanha, Egito, Marrocos, Coréia do Sul, França, Reino Unido e Emirados Árabes.
Veículo: Gazeta Mercantil