Fusão cria megabanco de R$ 575 bi

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Itaú e Unibanco surpreenderam os mercados ao anunciar a maior fusão da história bancária brasileira e abriram mais uma etapa na consolidação do sistema financeiro do país. A fusão criará um gigante com R$ 575,1 bilhões em ativos, o suficiente para colocá-lo entre as 20 maiores instituições financeiras do mundo e as 10 maiores das Américas. Os dois bancos assinaram contrato de unificação das operações financeiras no valor de R$ 87,9 bilhões, pela cotação de mercado de sexta-feira. Não haverá desembolso de dinheiro. Tudo será feita por meio de troca de ações. 

 

O catalisador da fusão foi a necessidade de ganhar porte para abrir dianteira confortável sobre os concorrentes em vários mercados e enfrentar nova onda de acirramento da competição, iniciada com a aquisição do Real pelo Santander. 

 

Itaú e Unibanco, juntos, derrubam a liderança histórica do Banco do Brasil e, entre os bancos privados, a do Bradesco (R$ 422,7 bilhões em ativos). Passam à frente em depósitos e crédito (sem aval e fianças). Também serão os maiores administradores de recursos do país, com 20% do mercado, ou R$ 244,78 bilhões, e os maiores emissores de cartões de crédito. Em seguros, continuarão atrás do Bradesco, que detinha R$ 10,6 bilhões em prêmios totais até julho, enquanto Itaú e Unibanco terão R$ 8,2 bilhões, segundo dados da Susep e ANS. 

 

No novo banco, Roberto Setubal, presidente do Itaú, será o presidente-executivo e Pedro Moreira Salles, presidente do Unibanco, ocupará a presidência do conselho de administração. Ambos foram vagos em relação ao futuro das marcas e planos de integração. 

 

O analista de bancos do Santander, Henrique Navarro, calcula em R$ 4 bilhões os ganhos de sinergia das duas instituições. Mas Setubal afirmou não ter uma estimativa a respeito, embora preveja ganhos de escala, maior receita com vendas cruzadas e redução de custos com tecnologia da informação. 

 

Um objetivo claro da fusão foi transformar o novo banco em uma empresa global. "O Brasil precisa ter um banco internacional para apoiar as empresas brasileiras no exterior", disse Setubal. 

 

Veículo: Valor Econômico


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