Juro cai e se ajusta à Selic de um dígito após ata do Copom

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O mercado de juros futuros se surpreendeu ontem com a afirmação explícita da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizando para a taxa básica de juros, a Selic, de 1 dígito. Ao dizer, no parágrafo 35 do documento, que "atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito", o Copom desencadeou uma considerável devolução de prêmios nas taxas futuras de juros, que, até então, não precificavam totalmente que a taxa básica poderia mesmo furar o nível de 10%. A partir de agora, a dúvida que paira no mercado é sobre o ritmo de queda da Selic.

A remoção do termo "ajuste moderado" do documento suscitou avaliações sobre se os cortes serão de 0,50 ponto porcentual ou 0,25 ponto porcentual. Assim, o contrato para janeiro de 2013 cedeu para a mínima de 9,64%, ante 9,84% no ajuste de terça-feira, enquanto o janeiro de 2014 recuou para 10,20%, de 10,41% antes. Nos juros de vencimento mais longo, a queda das taxas foi menos pronunciada devido ao temor com o comportamento da inflação no futuro, dado que o mercado de trabalho se mantém muito aquecido. O IBGE informou ontem que a taxa de desemprego caiu para 4,7% em dezembro e que o rendimento dos ocupados voltou a subir.

O dólar ficou sob intensa pressão vendedora ontem no mercado de moedas global, com os investidores diminuindo apostas numa valorização da divisa norte-americana no longo prazo, uma vez que o Federal Reserve prometeu ontem estender, até 2014, a taxa básica de juros no nível atual, entre zero e 0,25% ao ano. O euro, que chegou quase a escalar US$ 1,32 durante a sessão, reduziu o ganho no final da tarde. Aqui, o dólar operou em baixa ante o real o tempo todo e movimentou volumes financeiros elevados. A moeda à vista caiu 1,02%, cotado a R$ 1,7420 no balcão - menor valor desde 4 de novembro passado -, pressionada também por ingressos de recursos para a Bovespa e por emissões corporativas recentes. O forte recuo do dólar mantém os agentes financeiros em alerta sobre eventual atuação do Banco Central e do Ministério da Fazenda no câmbio.

A menos de uma hora para o fechamento do mercado, a Bovespa reduziu os ganhos, acompanhando a piora das bolsas em Nova York, mas, mesmo assim, fez bonito ao registrar a oitava alta seguida. No final, não conseguiu se sustentar no patamar de 63 mil pontos. O Ibovespa subiu 0,75%, em 62.953 pontos, com giro de R$ 7,9 bilhões.



Veículo: O Estado de S.Paulo






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