Estabilidade deixa Brasil mais atraente para empresas

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China, Estados Unidos e Brasil são os países mais visados para a expansão dos negócios de empresas fora de suas sedes, numa lista que inclui mais de 60 economias de todo o mundo. O Brasil subiu duas posições no ranking, passando na frente da Alemanha e da Índia, segundo dados da pesquisa "15th Annual Global CEO Survey", realizada pela PwC, divulgada sempre na véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O estudo detectou também que as dúvidas sobre o futuro da economia global preocupam os principais executivos (CEOs) mundiais Entretanto, a insegurança não vai atrapalhar os negócios, nem a determinação de fazer novos aportes.

"A pesquisa mostra que o Brasil se tornou mais atraente por sua estabilidade e previsibilidade, na comparação com outras economias, como a europeia", destaca Henrique Luz, sócio da PwC e um dos responsáveis pela divulgação dos dados. Este movimento começou há três anos, mas em 2012 chama a atenção o fato de o país ter alcançado uma posição ainda melhor.

"Nós somos muito bem vistos lá fora, estamos ‘muito bem na foto’", acrescenta o diretor da PwC, ressaltando como fatores de peso para este novo cenário o aumento do mercado consumidor, decorrente da ascensão social da classe C no Brasil, além do chamado "bônus demográfico", o momento em que a estrutura etária da população atua no sentido de facilitar o crescimento econômico. Isso acontece quando há um grande contingente de pessoas em idade produtiva e um menor número de idosos e crianças, como ocorre no Brasil.

Dos CEOs que apontaram o país como mercado prioritário, um terço (33%) tem como objetivo instalar uma unidade de produção no Brasil num prazo de um ano. E apesar de 82% apostarem que a economia mundial ficará estagnada - ou que continuará declinando em 2012 -, 40% estão "muito confiantes" no crescimento da receita. Por isso, estão agindo no sentido de aumentar a capacidade de seus negócios para lidar com problemas e superar obstáculos, caso o cenário fique ainda pior. A alternativa, neste sentido, acaba sendo ampliar a atuação em mercados que oferecem melhores perspectivas para o futuro dos negócios.

Diversidade - As respostas revelam ainda que há uma diversidade de mercados promissores no mundo. Atrás dos três já citados aparecem Alemanha e Índia. Porém, mais de 60 economias diferentes foram lembradas pelos executivos como alvo para negócios fora de seus países de origem. Alguns enumeraram lugares próximos geograficamente. Mas houve menção a locais situados nas mais diversas partes do mundo. O crescimento econômico e o aumento do poder de compra em países como Indonésia e Turquia, por exemplo, estão fazendo com que os executivos voltem o olhar para além dos Brics.

O maior desafio continua sendo a escassez de mão de obra qualificada. Prova disso é que 43% dos líderes afirmaram ter gasto mais do que o previsto para ter bons profissionais ao redor, o que impactou o crescimento e o resultado de seus negócios. Os CEOs estão buscando também fontes de inovação em seus mercados alvos, no que se refere ao desenvolvimento de produtos e ao acesso a matérias-primas e componentes. Eles consideram a inovação prioridade estratégica e três em cada quatro entrevistados afirmaram que planejam investir em pesquisa e desenvolvimento.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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