Endividamento em BH recua para 70,1% em dezembro

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Para a entidade, as classes C, D e E representam 89,3% dos consumidores endividados em Belo Horizonte


O nível de endividamento dos consumidores de Belo Horizonte, que em novembro do ano passado chegou a 74,1%, interrompeu a trajetória ascendente e deu sinais de recuo, ao cair quatro pontos percentuais e somar 70,1% em dezembro, segundo a Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC), divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas). Apesar de a taxa ainda continuar alta, o economista da entidade, Eduardo Ângelo Dias, avalia o recuo como positivo e aposta numa retração mais expressiva neste trimestre, quando os consumidores estarão livres das dívidas de 2011.

O otimismo está ligado ao fato de 51,6% dos entrevistados afirmarem que pretendem saldar os compromissos em atraso em menos de 30 dias, enquanto 39,7% acreditam que isto irá ocorrer entre 30 e 60 dias. " muito positivo ver que, a curto prazo, o consumidor pretende colocar as contas em dia.  compreensivo que, às vezes, exista um certo descontrole financeiro, mas a tendência é de estabilização", diz ele. No entanto, Dias chama a atenção para o aumento das contas em atraso no último bimestre de 2011, que atingiu 47,4%, frente aos 46,1% registrados na pesquisa anterior. " um fator preocupante dado o alto nível de endividamento", explica.

Causas - Os principais motivos da inadimplência são o descontrole e a falta de planejamento, com 43,9% das respostas. Em seguida, vêm a redução da renda familiar (20,3%) e o desemprego de algum membro da família (12,2%). "As pessoas reconhecem o descontrole das finanças pessoais. Isso é uma postura recorrente e um comportamento consciente, frente ao abuso no uso do crédito facilitado, em especial pela disponibilidade de parcelar as compras, por meio de cartões e boletos", analisa.

De acordo com a sondagem, o "dinheiro de plástico" continua liderando o ranking dos compromissos financeiros, respondendo por 49,8% do total. Em seguida surgem o cartão de loja (15,7%) - que nesta pesquisa assumiu a segunda colocação -, seguido pelo cheque especial (13%) e empréstimos em bancos (6,9%). As classes C, D e E representam 89,3% dos consumidores endividados. A maioria (59,3%) é mulher e 61,6% são jovens, com até 34 anos.

Para o economista da Fecomércio Minas, o consumo é saudável, mas precisa ser feito com responsabilidade. "Observamos que a maioria dos inadimplentes é formada por aqueles que estão entrando agora no mercado de trabalho. Um público mais jovem, que é suscetível às novas tecnologias, à moda e às marcas. Por isso, ele acaba se endividando mais fácil", diz Dias. Ao todo, foram entrevistados pela entidade 400 consumidores da Capital, no período de 2 a 6 janeiro.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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