A política protecionista argentina já prejudicou pelo menos 80% das empresas gaúchas que exportam para o país, segundo pesquisa da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul).
Das 94 empresas ouvidas, 8,3% perderam mais de R$ 10 milhões no ano passado. Suas mercadorias se estragaram ou não embarcarão mais por estar fora de linha.
Os danos podem aumentar em 2012. Desde quarta-feira, o governo argentino exige informações prévias sobre todas as importações e não dá prazo para a liberação da entrada dos produtos.
"Isso deve ser aplicado a todos os países. O nível de dificuldade [para exportar], pelo menos, será para todos", diz o coordenador de comércio exterior da federação, Cezar Müller.
Dos entrevistados pela Fiergs, 81% afirmam acreditar que as barreiras se intensificarão neste ano.
Para contornar o protecionismo, 8,3% das companhias passaram a investir ou planejam produzir na Argentina, segundo a pesquisa.
Apesar de o Brasil ter apresentado superavit de US$ 5,8 bilhões em sua relação comercial com a Argentina, o Rio Grande do Sul teve um deficit de US$ 2 bilhões.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) calcula que 74% dos embarques brasileiros para a Argentina podem ser afetados.
Ontem, o presidente Paulo Skaf se encontrou com o ministro de Economia argentino, Hernan Lorenzino, e com a ministra da Indústria, Débora Giorgi, para discutir o assunto.
Veículo: Folha de S.Paulo