Fiesp modera critica à barreira imposta pelo governo argentino

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Vizinho baixa medidas que impõe restrições às exportações brasileiras; Skaf diz analisa ação com serenidade

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) moderou o tom das críticas contra as barreiras às importações impostas pelo governo argentino e prometeu fazer um esforço para adquirir maior volume de produtos produzidos pelos sócios. Em troca, os empresários querem melhorar o fluxo de exportações brasileiras para o mercado argentino, ameaçado pela escalada protecionista do país.

O assunto foi discutido em reunião do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, com os ministros de Economia, Hernán Lorenzino, e de Indústria, Débora Giorgi, e também com o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, realizada ontem em Buenos Aires. O empresário qualificou o encontro de positivo e construtivo. Sobre as novas regras que entraram em vigor no quarta-feira, Skaf disse que as medidas ainda são novas e não provocaram impacto.

"Nos disseram que as medidas não têm o objetivo de prejudicar o comércio com o Brasil. Então, nós temos que aguardar com equilíbrio, com paciência, com serenidade", disse. Porém, entre os executivos das 15 maiores empresas do Brasil instaladas no país, muitos defenderam retaliações contra a Argentina.

Em reunião realizada, previamente ao encontro de Skaf com o governo argentino, os empresários reclamaram do acúmulo de medidas restritivas e da pressão exercida pela equipe de Cristina Kirchner. Um dos diretores de uma das empresas brasileiras, que pediu para não ser identificado, afirmou ao Estado que o momento é complicado e exige "uma postura mais dura do governo".

Segundo ele, a gravidade da situação reside especialmente no fato de que algumas das medidas argentinas não estão escritas. "A pressão maior é feita por telefone, onde nos proíbem de girar dinheiro para fazer pagamento de insumos importantes para nossa produção", reclamou. A empresa dirigida por ele possui mais de uma fábrica no país que importam motores elétricos do Brasil para fabricar máquinas que são exportadas pela Argentina.

"Se não importamos, não podemos produzir e a Argentina não pode exportar, o que é ruim para o país. Por isso, não entendemos todas as restrições que nos impõem", disse.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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