Varejo reduz ritmo e cresce 6,7% em 2011, quase metade de 2010

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Medidas de restrição ao consumo e alta de juros pelo Banco Central afetaram o resultado do comércio no ano passado

Medidas de restrição ao consumo, juros em alta e vendas fracas em supermercados reduziram o ritmo do comércio no ano passado. As vendas subiram 6,7%, quase a metade da alta recorde de 10,9% de 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, as vendas do comércio devem continuar a se distanciar do recorde de 2010, com alta entre 5,5% e 7%, segundo analistas.

Na comparação mensal, a variação também desacelerou, de 1,2% em novembro para 0,3% em dezembro. "Não tivemos Natal fraco. Houve alta de 6,7% nas vendas contra dezembro de 2010, ano recorde, com base de comparação elevada. Isso é positivo", frisou o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira.

Para o setor de super e hipermercados foi, que responde por quase metade do comércio nacional, 2011 foi, sim, um ano fraco. As vendas cresceram 4%, a menor taxa em seis anos. Alimentos mais caros no começo do ano, prejudicados por commodities em alta e choques de oferta agrícola, afugentaram os consumidores das gôndolas.

Classe C. Nem a ascensão da nova classe C ajudou. Essas famílias, ao experimentarem renda mais elevada, mudam seus hábitos de consumo. Se antes as compras de supermercado serviam também para estocagem, por causa da insegurança na manutenção dos rendimentos, agora essa classe compra o necessário para consumo imediato e diversifica os gastos do orçamento.

Porém, o crescente interesse por móveis e eletrodomésticos ajudou a manter em alta as vendas do varejo nacional no ano passado. Essa procura deve continuar em 2012, para o economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos. Pesquisa nacional da entidade divulgada com exclusividade à Agência Estado mostra que, de mil entrevistados, 44,7% admitiram compras a prazo em janeiro deste ano.

Mas Travassos é cauteloso quanto à sua previsão para vendas do varejo nacional em 2012, que devem crescer entre 5,5% e 6%. Por sua vez, para o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Bruno Fernandes, a atividade do comércio pode subir 7% este ano. O economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, aposta em aumento entre 6% e 6,5% para as vendas do varejo em 2012.


Veículo: O Estado de S.Paulo


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