A pesquisa de expectativas divulgada ontem pelo Banco Central mostra ligeira queda da mediana das projeções feitas pelo conjunto dos bancos e empresas consultados para a inflação do IPCA em 2008. Pelo menos nesse critério, o mercado agora aposta em variação de 6,39% e não mais de 6,40%. Para 2009, a mediana relativa ao índice, que baliza a meta de inflação do governo, continuou em 5,2%.
Olhando especificamente para o grupo de cinco instituições que mais acertam projeções, no entanto, essa última pesquisa do BC revelou nova deterioração de expectativas inflacionárias, pelo menos em relação a 2008. Entre o Grupo Top 5, dependendo do modelo utilizado (se de curto ou médio prazo) a mediana das projeções de variação do IPCA para este ano subiu de 6,4% para 6,43% ou de 6,21% para 6,24%. O mais importante, sob o ponto de vista do BC, é que todas estão abaixo do teto do intervalo da meta de inflação. Esse intervalo vai de 2,5% a 6,5%, tendo como meta central 4,5% de variação.
Para 2009, a mediana do grupo Top 5 para a inflação do IPCA ficou em 5,5%, no caso das projeções que privilegiam fatores de curto prazo. Já nos modelos de médio prazo, a mediana das projeções caiu de 5,2% para 5,06%.
Voltando ao conjunto das instituições participantes da pesquisa, o BC constatou aumento da taxa de câmbio esperada para fim de dezembro de 2008, de R$ 2,05 para R$ 2,10. A expectativa é de que esse mesmo nível se repita no fim de 2009. Em relação ao Produto Interno Bruto, a mediana das projeções de crescimento manteve-se em 5,23% para 2008 e em 3% para 2009. O mercado continua a acreditar que a taxa Selic vai encerrar 2009 em 13,75% ao ano.
Veículo: Valor Econômico