Dilma pede a Mantega plano mais 'ousado' para indústria

Leia em 2min 20s

Presidente disse que deseja evitar um crescimento "medíocre" neste ano


Planalto confirma que vai anunciar na terça um pacote de medidas de estímulo a diversos setores industriais

A presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, um plano mais "ousado" para estimular a indústria. Segundo relatos, ela disse que seu objetivo é evitar um crescimento "medíocre" em 2012.

O governo anunciará na terça um pacote de medidas a uma plateia de empresários, com redução de juros de empréstimos do BNDES e desoneração da folha de pagamento de vários setores.

Em viagem à Índia, Dilma confirmou ontem o lançamento das medidas e afirmou que elas têm "o objetivo de assegurar, através de questões tributárias e financeiras, maior capacidade de investimento para o setor privado".

A meta, segundo ela, é ampliar dos atuais 19% para 24% do PIB a taxa de investimento no Brasil. Como o PIB (medida de tudo o que o país produz de bens e serviços em um ano) é de cerca de US$ 2,5 trilhões, o programa a ser anunciado significaria um esforço para os setores público e privado investirem algo em torno de US$ 150 bilhões (R$ 273 bilhões) nos próximos anos.

A própria equipe econômica e o empresariado consideram ambiciosa essa marca, que deveria ser atingida até o final do governo Dilma.

Além de desonerações, o pacote trará ações de incentivo à indústria por meio das chamadas compras governamentais. Um decreto trará as áreas em que o governo poderá pagar a mais se o produto for nacional e de inovação tecnológica. A lei permite esse tipo de estímulo, desde que não ultrapasse o teto de 25%.

Outra iniciativa será a instalação de 19 "conselhos de competitividade", um fórum de representantes dos setores industriais onde serão debatidas medidas para torná-los mais eficientes.

Dilma evitou detalhar as medidas e prometeu fazer o possível para reduzir a carga tributária em seu mandato.

Sobre a reforma tributária, Dilma quer uma discussão "calma, tranquila e realista", enquanto toma "medidas pontuais que, no conjunto, permitem que se crie uma desoneração maior, fundamental para o país crescer".

Quanto a aumentar a taxa de investimentos, é algo mais urgente, mas potencialmente tão complicado quanto a reforma tributária, pelo menos da maneira como a presidente diz querer atuar.

Primeiro, promete "um esforço grande para aumentar a taxa de investimento" para "equilibrá-la com o consumo". Em relação aos gastos públicos, destacou que terão de subir em alguns setores, sobretudo saúde e educação.

Parte do esforço para aumentar o investimento já está em curso, mas só como mudança na forma de rotular o gasto. Dilma diz que o gasto em construção civil (Minha Casa, Minha Vida) era até há pouco rotulado como despesa de custeio. Ela anunciou que, além dos 2 milhões de moradias já prometidas, "talvez cheguemos a acrescentar mais 400 mil".


Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

AMM critica medida que reduziu o IPI

Rombo de R$ 31,5 mi para municípios.Enquanto a indústria e o comércio comemoram a prorrogaç&...

Veja mais
Brics devem investir no mercado local, afirma Dilma

Os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terão o cresciment...

Veja mais
Receita amplia controle sobre importados

Mais da metade das importações de produtos de setores atingidos por concorrência desleal está...

Veja mais
Governo oferece mais benefícios à indústria

Fazenda estuda redução de juros em empréstimos do BNDES e desoneração da folha salari...

Veja mais
China seria parceiro mais estável, diz Ipea

A China figura como o parceiro comercial onde as exportações brasileiras tiveram maior estabilidade no &ia...

Veja mais
Governo deve anunciar novo pacote na terça

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar na terça-feira novo pacote de medidas para estimular a ind&ua...

Veja mais
Importação compensa perda de arrecadação com produção local

O aumento das importações, incentivadas pela valorização do real frente ao dólar, fez...

Veja mais
Brics querem reformas no FMI e no Banco Mundial

Além da crise econômica global, as propostas para as organizações multilaterais serão ...

Veja mais
Meta das indústrias é eternizar o novo IPI

As indústrias beneficiadas com a redução ou isenção do IPI (Imposto sobre Produtos In...

Veja mais