40 países reclamam à OMC de protecionismo argentino

Leia em 1min 40s

Denúncia apresentada ontem inclui nações como EUA, Japão, México e China


Vice-presidente da Argentina defende medidas, dizendo que país cuida do trabalho dos seus cidadãos

Um grupo de 40 países, incluindo Estados Unidos, Japão, México, China e membros da União Europeia, apresentou ontem na OMC (Organização Mundial do Comércio) uma denúncia contra as políticas protecionistas da Argentina.

"Expressamos em forma conjunta nossa contínua e profunda preocupação diante da aplicação de medidas restritivas ao comércio tomadas pela Argentina, que estão afetando negativamente as exportações de um crescente número de membros da OMC", diz o documento.

O texto critica ainda a "falta de transparência" das autoridades do país e chama a atenção para o fato de que as medidas geram "profunda incerteza" em investidores.

Nos últimos meses, a Argentina colocou mais barreiras para a entrada de produtos estrangeiros. As normas visam evitar a fuga de capitais, equilibrar a balança comercial e estimular a indústria local.

Em fevereiro, entrou em vigor uma lei que submete à Secretaria do Comércio Interior todos os pedidos de importação. Determina que eles devem ser feitos por meio de uma declaração, que é avaliada pelo órgão.

A palavra final sobre o que pode ou não entrar é do supersecretário Guillermo Moreno, funcionário da predileção da presidente Cristina Kirchner e com mais poderes do que muitos ministros.

A lei já provoca atraso na entrada de produtos. Há reclamações por parte das indústrias que dependem de peças importadas, principalmente a de automóveis, e de importadores em geral. Faltam alimentos, brinquedos, livros, remédios e até fraldas.

Os países do Mercosul, que não integram o documento da OMC, também têm reclamado das travas argentinas, Brasil incluído.

Em entrevista ontem ao canal 26, o vice-presidente, Amado Boudou, defendeu as medidas protecionistas. "É uma política que serve a todos os argentinos. Quando cuidamos na fronteira da entrada de algum produto, estamos na verdade cuidando do trabalho dos argentinos."

Sobre Moreno, disse: "Aqui não é Moreno sim ou Moreno não. Trata-se de uma equipe de trabalho em que o importante é a política de substituição das importações".



Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

Relatório do BC sugere inflação abaixo da meta

O Relatório de Inflação divulgado ontem sugere que o Banco Central (BC) acelerou a reduç&ati...

Veja mais
Governo deve anunciar imposto maior para importados na terça

O governo vai aumentar o protecionismo contra produtos importados e diminuir os juros dos empréstimos bancá...

Veja mais
Dilma pede a Mantega plano mais 'ousado' para indústria

Presidente disse que deseja evitar um crescimento "medíocre" neste anoPlanalto confirma que vai anunciar na ter&c...

Veja mais
AMM critica medida que reduziu o IPI

Rombo de R$ 31,5 mi para municípios.Enquanto a indústria e o comércio comemoram a prorrogaç&...

Veja mais
Brics devem investir no mercado local, afirma Dilma

Os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terão o cresciment...

Veja mais
Receita amplia controle sobre importados

Mais da metade das importações de produtos de setores atingidos por concorrência desleal está...

Veja mais
Governo oferece mais benefícios à indústria

Fazenda estuda redução de juros em empréstimos do BNDES e desoneração da folha salari...

Veja mais
China seria parceiro mais estável, diz Ipea

A China figura como o parceiro comercial onde as exportações brasileiras tiveram maior estabilidade no &ia...

Veja mais
Governo deve anunciar novo pacote na terça

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar na terça-feira novo pacote de medidas para estimular a ind&ua...

Veja mais