Automóveis e eletrodomésticos salvaram empregos na indústria

Leia em 2min 20s

Ocupação no setor diminuiu 0,7% em fevereiro, sobre o mesmo mês de 2011. Esse resultado foi puxado por segmentos pouco competitivos e que sofrem a concorrência dos produtos importados, como vestuário



A produção da indústria está em queda e com isso vários setores já estão fechando postos de trabalho. Em fevereiro, a ocupação no setor caiu 0,7%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a janeiro, o índice apresentou leve alta de 0,1%.No acumulado do ano, a queda nos postos de trabalho é de 0,6%. As áreas que demitiram mais pessoas foram aquelas que sofrem com a concorrência dos produtos importados e têm baixa competitividade, como o setor têxtil e moveleiro.

Por outro lado, os segmentos que produzem bens de consumo duráveis como automóveis e eletrodomésticos ainda se mantém competitivos e foram na contramão do desemprego. O segmento de máquinas e equipamentos, que inclui a produção de eletrodomésticos, aumentou as vagas em2,1% em fevereiro. “São os setores que ainda podem manter a indústria em pé”, diz Evaldo Alves, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). Parte da competitividade da indústria automobilística é atribuída ao fato de as fábricas que produzem carros no país serem, em geral, multinacionais. A mesma tecnologia e os processos empregados na produção de um automóvel na Alemanha também são usados aqui.

O aumento da renda, os juros baixos e os prazos para financiamento também ajudam a manter a produção de carros em alta. Já no caso dos produtos eletrodomésticos, o que tem evitado as demissões são as medidas de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e também pelo aumento da renda. Entre dezembro de 2011 e fevereiro deste ano, houve um crescimento de 15% nas vendas de produtos da linha branca. “Foram feitas 1.550 contratações na Whirpool entre dezembro e fevereiro.

Se não houvesse ajuda do governo, com certeza, teria havido demissões”, diz Armando do Valle Junior, vicepresidente de relações institucionais e sustentabilidade da Whirpool, fabricante de produtos eletrodomésticos. OIBGE analisou 18 setores industriais para chegar ao índice mensal. Desses segmentos, nove registraram queda nos postos de trabalho. Os outros setores registraram aumento nos postos de trabalho. O destaque ficou com a área de alimentos e bebidas, que teve um incremento de 4,9% nas vagas.

A folha de pagamento real da indústria cresceu 5,5% em fevereiro, quando comparada com o mesmo mês do ano anterior. Dos 18 setores pesquisados pelo IBGE, 13 tiveram aumento no valor salarial dos seus trabalhadores. O destaque ficou com a indústria extrativista, que teve alta de 22,9%; seguida por alimentos e bebidas, 10,7%. A maior queda foi registrada no segmento de móveis (-8%). No acumulado do ano, a folha de pagamento real está em alta de 4,8%.


Veículo: Brasil Econômico


Veja também

Minas Gerais: Vendas na Capital sobem 2,99%

Todos os oito segmentos pesquisados registraram aumento no volume de negócios. O bom nível de emprego, al...

Veja mais
Confiança do varejo sobe sobre 2011, mas cai em março

Dois índices que medem a confiança do setor de varejo, divulgados ontem, apresentam resultados diferentes ...

Veja mais
Crédito vai derrubar projeção de desaceleração nas compras

As perspectivas de desacelera- ção do nível de consumo no país durante o segundo trimestre, ...

Veja mais
Medidas do pacote complicam vida das empresas

Companhias têm dificuldade em calcular quanto poderão abater de impostos e descobrir quais produtos d&atild...

Veja mais
Cotações dos alimentos devem seguir em elevação

As cotações internacionais dos produtos alimentícios, que dobraram nos últimos dez anos, dev...

Veja mais
Pacote dá com uma mão e tira com a outra

O pacote de estímulo à indústria anunciado na semana passada corta impostos de um lado e aumenta a ...

Veja mais
Mesmo baixo, desemprego é a maior causa da inadimplência

Mesmo com taxas historicamente baixas, o desemprego é cada vez mais o principal motivo por trás da inadimp...

Veja mais
Calote deve barrar queda de juro no varejo

Inadimplência de consumidores deve continuar elevada pelo menos até maio, de acordo com especialistasCorte ...

Veja mais
São Paulo tem a cesta básica mais cara do País

O segundo posto ficou com Porto Alegre, onde o valor dos produtos alimentícios atingiu, em média, R$ 264,1...

Veja mais