O aumento de 4,45% da inadimplência nas vendas a prazo de abril na comparação com mesmo mês de 2011 surpreendeu a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mas o movimento ainda não é alarmante, avaliou o presidente da entidade, Roque Pellizzaro Júnior.
Segundo ele, o resultado foi amenizado pelo aumento de 3,02% nas vendas de abril na comparação anual, além do crescimento de 6,04% nos cancelamentos de registros junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). "Essa é a parte boa de uma notícia que poderia ser muito ruim", afirmou o executivo. "Com o aumento no volume de operações, é normal aumentar inadimplência, mas o estoque de inadimplentes não subiu porque muitas pessoas conseguiram limpar o nome", completou.
Segundo Pellizzaro, a redução nas taxas de juros não deve aumentar ainda mais a quantidade de calotes, porque os bancos devem, por outro lado, endurecer os critérios de concessão de empréstimos. "Por outro lado, a redução nas taxas melhora a recuperação de crédito, pois haverá mais recursos baratos para a quitação de dívidas antigas mais caras", acrescentou.
Cheques sem fundo
A pesquisa sobre liquidação de cheques feita mensalmente pela Telecheque indica que o nível de inadimplência dos brasileiros apresentou alta. Assim como aconteceu na comparação dos dados de março de 2012 e março de 2011, entre abril de 2012 e abril de 2011, o índice apresentou uma alta de 13,88%. Do valor total dos cheques transacionados em abril de 2012, 3,20% eram inadimplentes, enquanto que em abril de 2011 este mesmo percentual era de 2,81%.
Entre as causas, a falta de fundos continua sendo a principal, com 77,1% do valor total em cheques não liquidados em abril. Os demais motivos representaram: 8,1% (sustados), 3,7% (roubado/furtado), 2,1% (fraudado) e 9,0% (outros).
Houve uma mudança no ranking das regiões que apresentaram o maior aumento da inadimplência. A Região Sul subiu da terceira posição na pesquisa de março, para a primeira posição no mês de abril, com um crescimento de 29,15%.
Veículo: DCI