Brasil endurece posição contra barreiras argentinas

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A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Tatiana Prazeres, endureceu a posição do Brasil em relação às dificuldades que produtos brasileiros estão encontrando no mercado argentino. Empresários da Argentina foram ontem à sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) para participar de uma rodada de negócios com empresas brasileiras do setor farmacêutico. A viagem, a terceira do tipo neste ano, foi comandada por membros da equipe de governo de Cristina Kirchner, que se reuniram pela manhã com representantes da indústria paulista e à tarde com Tatiana Prazeres.

Brasil e Argentina buscam aumentar o comércio, que vem passando por dificuldades desde a adoção em fevereiro, pelo lado argentino, da declaração juramentada antecipada de importação, que na prática regula o fluxo das exportações brasileiras ao país.

Em rápida entrevista no começo da tarde, Guillermo Moreno, secretário de Comércio Interior argentino, disse que haviam sido realizadas 340 entrevistas entre empresas dos dois países no encontro na Fiesp. Ao todo, a organização contou 70 empresas argentinas e 61 brasileiras presentes. "Nossas relações estão se solidificando desde o início do ano. Será uma reunião [com o Mdic] de seguimento às conversas sobre nossa integração. A última vez que fizemos isso foi em julho", disse.

O embaixador argentino no Brasil, José Luís Kreckler, que estava ao lado de Moreno e da secretaria de Comércio Exterior argentina, Beatriz Paglieri, na Fiesp, afirmou que o encontro com Tatiana Prazeres seria para tratar divergências nas pautas comerciais, sem dizer no entanto quais eram os pontos de discordância. Moreno, contudo, disse que seriam abordados temas mais gerais.

No fim da tarde, após a reunião com o representantes do Mdic na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) na capital paulista, Tatiana emitiu nota na qual afirma que no encontro foi cobrado, por parte do governo brasileiro, a normalização do fluxo de comércio, que aponta encolhimento maior por parte das importações de produtos brasileiros do que o registrado pela Argentina do restante do mundo.

A secretária afirmou ter mostrado um estudo com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec), órgão oficial do governo argentino, que apontou que de janeiro a setembro deste ano as exportações brasileiras para o país vizinho caíram 19,4% em relação ao mesmo período de 2011, enquanto, no mesmo comparativo, as vendas dos demais mercados que exportam para a Argentina tiveram retração de 3,4%.

Os dados do Mdic também registram queda no comércio entre os dois países neste ano. Enquanto as exportações brasileiras recuaram 20,3% em valores entre janeiro e setembro deste ano ante o mesmo período de 2011, as importações caíram 6,4%. A corrente de comércio entre os dois países também encolheu: passou de US$ 29,2 bilhões para US$ 25 bilhões.



Veículo: Valor Econômico


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